(Flávio Tavares)
Belo Horizonte poderá contar, a partir do segundo semestre de 2018, com a Faixa Azul Digital (FAD). A ideia é que a modernização do rotativo na capital combata os flanelinhas e coíba as fraudes ao sistema cometidas por motoristas.
Deixar de pagar a Faixa Azul é infração grave, que rende ao motorista, além dos cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), multa de R$ 195,23. De janeiro a novembro deste ano, mais de 66,5 mil autuações na fiscalização do estacionamento rotativo foram realizadas pela Guarda Municipal em BH.
Em fevereiro, um edital para credenciamento de empresas interessadas na distribuição da FAD e dos Postos Fixos de Venda (PFDV) será aberto. O chamamento público estará disponível até maio. No entanto, a data exata de implantação do novo sistema não foi divulgada pela BHTrans.
Funcionamento
Segundo o documento, disponível no Diário Oficial do Município (DOM), o aplicativo para celular vai funcionar em sistema pré-pago. O usuário poderá escolher se vai comprar com cartão de crédito, débito ou boleto bancário. Assim como acontece hoje, o motorista poderá adquirir várias folhas ou talões de uma só vez.
O app deverá ser disponibilizado para os sistemas iOS e Android, e deve funcionar da seguinte maneira: o usuário faz o download da plataforma no smartphone, cadastra a placa do carro e compra os créditos.
Assim que estacionar o veículo, loga no sistema e, por meio do GPS, o software deve identificar o horário e local, programando o tempo de permanência conforme o permitido naquela via.
Está prevista, ainda, a configuração de alertas para avisar, por meio de mensagem ou alarmes, que o período autorizado de estacionamento está terminando ou foi finalizado.
Praticidade
De acordo com a empresa de trânsito, “o intuito do projeto é tornar o sistema de rotativo o mais digital possível e com isso evitar o gasto com papel”, informou em nota.
“Mais prático”, na opinião da cuidadora de idosos Tânia Fernandes, de 56 anos. “Hoje todo mundo anda com celular. Isso vai facilitar porque evita que a gente tenha que, além de procurar vaga, achar onde comprar a folha”, observa. Para ela, como o aplicativo será de preenchimento automático, isso também economizará tempo.
No entanto, para o aposentado Sérgio de Souza, 60, a novidade pode ser boa para certo tipo de usuário, mas não para ele. “Eu não tenho internet no celular, então, vai complicar”, diz. Por outro lado, acredita que será positivo para inibir a ação de flanelinhas e pessoas que vendem a folha de rotativo por preços abusivos.
Fiscalização
Assim como o motorista, o agente de trânsito também terá um aplicativo. Nele, bastará digitar a placa do veículo, e serão informados os dados relativos ao tempo de permanência naquela vaga. Quem não estiver logado no sistema, será multado na hora, pelo próprio programa.
Devido às dúvidas entre os usuários e a necessidade de adaptação, a BHTrans informou que terá um período em que os dois sistemas “operarão conjuntamente”.