(Lucas Prates)
A mulher que aparece em um vídeo sugerindo que caixões estão sendo enterrados em Belo Horizonte com pedras e madeiras pode pegar até nove anos de prisão, caso seja condenada pelos crimes de denunciação caluniosa, difamação de autoridade pública e provocação de tumulto ou pânico. A informação foi divulgada pelo delegado Wagner Sales, chefe do 1º Departamento de Polícia Civil, durante coletiva nesta terça-feira (5).
A autora do vídeo, que viralizou nas redes sociais, ainda não foi identificada pela Polícia Civil. A instituição solicita que quem tiver informações faça uma denúncia pelo número 181. O delegado também aconselhou que a mulher se apresente voluntariamente para dar explicações sobre as informações falsas repassadas nas imagens.
No vídeo, ela diz que as próprias famílias estão enterrando as vítimas e “mandaram arrancar todos os caixão (sic) para ver se é coronavírus”. Ela ainda acrescenta: “sabe o que tem dentro do caixão? Pedra e Madeira”. A Prefeitura de Belo Horizonte logo se manifestou, afirmando que as informações eram falsas.
Para o delegado Wagner Sales, o vídeo foi feito de maneira criminosa e irresponsável. Segundo ele, a Polícia Civil abriu inquérito e espera que o caso tenha caráter pedagógico para a população, desencorajando outras pessoas a produzir fake news capazes de prejudicar a sociedade – especialmente em um momento de enfrentamento à pandemia da Covid-19.
“Ela fala que teriam encontrado caixões sem corpos e com pedras, mas isso não ocorreu. A polícia entrou em contato com a prefeitura. As informações serão enviadas de forma oficial para a polícia para serem integradas ao inquérito”, disse o delegado, acrescentando que a autora terá de responder nas esferas criminal e cível. “Ela (a mulher) demonstra desrespeito pela sociedade e pelas famílias de vítimas do novo cornavírus, dizendo que elas estariam realizando os sepultamentos dos entes queridos, o que não aconteceu”.
O delegado aproveitou para explicar à população que todos devem ter responsabilidade sobre o que escrevem ou gravam em redes sociais. “As atitudes na vida virtual têm consequências no mundo real”, afirmou.