Pelo menos cinco famílias compareceram ao Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte na manhã deste domingo (27) em busca de informações sobre parentes desaparecidos no rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH.
Sem notícias, pessoas como a engenheira de produção Mércia Gonçalves Dias recorrem ao IML como última opção de busca. Ela procura pelo filho, Cláudio José Dias Rezende, de 26 anos, que era engenheiro da Vale e estava na mina na hora do rompimento.
“O último contato que tivemos foi quando ele saiu para trabalhar na sexta-feira (25) de manhã. Desde então, o celular está fora de área e não conseguimos encontrá-lo. Já começamos a nos preparar para o pior”, conta a mãe.
Muito abalada, ela afirma que o filho chegou a comentar sobre uma barragem que apresentava risco de acidente. “Nós não imaginávamos que aconteceria, mas sabíamos que a Vale não constrói barragens da forma correta, ela constrói da forma barata. A empresa foi negligente e agora nada do que fizerem vai trazer essas vidas de volta”, denuncia.
O cunhado de Sônia Barbosa também está desaparecido desde sexta-feira. Identificado como Paulo Giovanni Santos, o homem, de 39 anos, morava na região atingida pela lama e estava em casa na hora da tragédia. Em um ato de desespero, a família chegou a fazer escavações na área por conta própria. Sem respostas, decidiram procurar o IML. “Tiramos a terra com as próprias mãos. Achamos animais mortos, eletrodomésticos destruídos. Mas nada do corpo”, conta.
O IML de Betim prestará apoio no recebimento de corpos. Mas todas as vítimas de Brumadinho serão levadas para o IML da capital mineira.
Até o momento, o Corpo de Bombeiros registrou 37 mortos, oito já identificados. Cerca de 300 pessoas continuam desaparecidas.
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