(Fernando Michel/ Hoje em Dia)
As famílias que ocuparam um prédio público da rua da Bahia, no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (28), deixaram o local nesta tarde. Os manifestantes, que denunciam a falta de política habitacional em Minas, conseguiram o agendamento de uma reunião com o Estado para discutir reivindicações.
De acordo com a capitão da Polícia Militar Layla Brunnela, o grupo solicitava justamente a possibilidade de uma reunião com a Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab Minas), o que foi atendido após o intermédio da corporação com o Ministério Público (MPMG).
Por essa razão, as cerca de 100 pessoas da ocupação Carolina Maria de Jesus e do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), de Belo Horizonte, deixaram a edificação pacificamente, por volta de 13h20. "A reunião será nesta quinta-feira (20), on-line, com a Cohab, o MPMG, e representantes do movimento", informou Layla.
O Hoje em Dia entrou em contato com o governo de Minas e aguarda um posicionamento.
Reivindicação
As famílias entraram no prédio na manhã desta quarta-feira, com o objetivo de pedir uma "política habitacional eficaz em Minas Gerais", e manifestar contra a venda de imóveis públicos pela atual gestão do governo de Minas. Nas redes sociais, o MLB informou que o ato ocorria em uma das mais de 2 mil imóveis leiloados pelo Estado.
"Desde 2013, este prédio, em que funcionava um órgão estatal, está fechado para reformas, que custaram mais de R$ 6 milhões e que deveriam ter sido entregues em 2015. Porém, o que deveria virar a sede de uma Superintendência da Secretaria de Educação, ficou anos abandonado, sem a realização das reformas e agora foi vendido para o setor privado. Com isso, Zema abre mão de que este prédio seja utilizado, por exemplo, para a construção de habitação social”, disse o movimento, por meio de um post nas redes sociais.
O grupo também informou que 200 famílias das ocupações Carolina Maria de Jesus e Manoel Aleixo estão sem moradia definitiva, mesmo após um acordo feito em 2018 com o Estado. Segundo os manifestantes, as famílias seguem na incerteza sobre onde irão residir, e com possibilidade de despejo, e sofrem com fome e desemprego.