Férias podem trazer algumas armadilhas para quem vai alugar casa de veraneio

Paula Coura
pcoura@hojeemdia.com.br
02/01/2017 às 20:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:17

Em época de alta temporada, uma das demandas que mais movimenta o mercado imobiliário é a procura por casas de veraneio. De olho nesse filão, vários sites fazem a intermediação entre proprietários e turistas que buscam aluguel na praia durante as férias. Na maior parte dos casos, o viajante só tem contato com o local na hora em que chega e, quando não encontra tudo como foi acordado, descobre que caiu em um golpe.

Guarapari, no Espírito Santo, e Cabo Frio, no Rio de Janeiro, são cidades que tradicionalmente abrigam muitos mineiros durante o verão, período de alta temporada. Os turistas de Minas representam cerca de 60% dos visitantes nesses locais, segundo relatos de imobiliárias das duas cidades. São viajantes que chegam para ficar em média 10 dias, acompanhados das famílias.

“Já teve caso de muita gente que fez contrato com o próprio morador e, depois, nos procurou porque sequer encontrou o imóvel. O que podemos fazer é tentar achar um outro aluguel para que ninguém perca as férias”, explica Daiani Souza, corretora na Itamar Imóveis, em Guarapari. Ela conta que os mineiros representam 80% dos alugueis de temporada na imobiliária entre dezembro até o Carnaval, que em 2017 será em fevereiro.

“Alugar um imóvel de temporada por meio de uma imobiliária traz, principalmente, segurança ao locador. Muitas pessoas acabam se esquecendo de detalhes na hora do aluguel direto com o proprietário e são esses detalhes que trazem armadilhas”, explica Leirson Cunha, vice-presidente das administradores de imóveis da Câmara de Mercado Imobiliário (CMI/Secovi-MG).

Na pele

Foi em uma viagem para Cabo Frio, no Rio de Janeiro, que o vendedor Davidson Christian Machado, de 37 anos, foi surpreendido por uma falsa indicação. Cuidadoso, sempre fechou negócio já no local da viagem, quando tem a oportunidade de verificar de perto os detalhes do imóvel. “Bobeei ao acreditar na indicação da mulher que havia locado a casa em que eu estava. Resolvi ficar mais dias na praia e tive que trocar de imóvel. Não conferi os detalhes, e quando cheguei lá não havia gás, faltavam alguns utensílios e a garagem não era para dois carros”, descreve o vendedor.

Orientações

Muita gente procura o Procon depois de se sentir prejudicada e ver acordos feitos diretamente com o proprietário serem descumpridos. Apesar de o órgão não atuar judicialmente nestes casos, ele auxilia em como deve ser feito um contrato de locação.
“A primeira instrução é a necessidade de documentar tudo com fotos e ter uma lista detalhada dos itens do imóvel, inclusive com a descrição de utensílios. Buscar por indicações de pessoas que já estiveram no local é fundamental. Caso o prejuízo não consiga ser reparado na hora, para não acabar com as férias na hora, orientamos aos consumidores a entrarem com uma ação na Justiça”, afirma Gilberto Dias de Souza, gerente do Procon Assembleia.

A advogada Aline Alves orienta, ainda, a não acreditar em preços muito abaixo dos praticados no mercado, principalmente em sites, nem a pagar todo o aluguel antecipadamente. “Qualquer situação que esteja fora do normal, como utensílios quebrados ou sem funcionamento, terá que ser comunicada ao locador, para que se evitem transtornos futuros ou até o pagamento de indenização pelo bem”, disse.
 

“As regras impostas a locador e locatário(no caso de aluguel para temporada) são as mesmas de contratos mais longos”Leirson Cunhavice-presidente das administradoras de imóveis da CMi/secovi-mg

 Imobiliárias se preparam para ‘temporada estudantil’ em BH

Os meses de dezembro e janeiro movimentam as imobiliárias de Belo Horizonte com os contratos de imóveis para estudantes. É que muita gente que sai do interior em busca de um local para ficar durante os estudos procura por moradias próximas às universidades da capital, com preços mais acessíveis. Segundo a Câmara do Mercado Imobiliário (CMI/Secovi-MG) essa demanda aumenta em 40% nestes meses em comparação com os outros períodos do ano.

Segundo Leirson Cunha, vice-presidente das administradoras de imóveis da CMI/Secovi-MG, os contratos de temporada têm as mesmas garantias dos contratos por períodos maiores. A diferença é que precisam ser renovados a cada 90 dias, quando automaticamente estão sujeitos aos direcionamentos impostos na lei do inquilinato, com multa caso haja quebra em menos de 30 meses. O pagamento de imóveis nesse tipo de contrato, na maior parte dos casos, quando é intermediado por uma imobiliária, é feito de maneira integral e antecipada pelo locador.

“Os imóveis mais procurados pelos estudantes são aqueles que, inclusive, já estão mobiliados. Os que estão na região dos bairros Coração Eucarístico, Pampulha, Ouro Preto, Dona Clara e Buritis, com até 50 metros quadrados, são os mais disputados e muita gente antecipa esse aluguel ainda em dezembro”, relata Cunha.

Preço médio

No terceiro trimestre de 2016, o preço dos apartamentos em Belo Horizonte para aluguel aumentou 0,9% em comparação com o segundo trimestre deste ano, de acordo com a Pesquisa Casa Mineira de Preço dos Imóveis de Belo Horizonte. O preço médio do metro quadrado dos apartamentos para venda ficou em R$6.517, ainda segundo o levantamento.

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