O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), informou na terça-feira (4) à Câmara Municipal que desistiu de vender uma rua sem saída de 589 m² no Itaim-Bibi, zona Sul. Acusado pela oposição de tentar favorecer o mercado imobiliário, ele mandou tirar de pauta projeto de lei que autorizava a venda, por R$ 5,83 milhões, da Rua Oswaldo Imperatrice, uma travessa da Rua Leopoldo Couto de Magalhães, onde o metro quadrado chega a R$ 20 mil.
A proposta foi apresentada no fim do ano passado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). A gestão Haddad manteve a disposição de concretizar a venda. O projeto foi colocado na pauta de votação em duas sessões extraordinárias na semana passada. No plenário, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) acusou o governo de "golpe" para favorecer construtoras.
Segundo moradores e comerciantes do Itaim-Bibi, a rua seria vendida a uma empresa que gerencia projeto imobiliário para um grupo de investidores. Ontem, o líder de governo, Arselino Tatto (PT), informou sobre a desistência. "Queria comunicar a todos a retirada de pauta do projeto e seu envio ao arquivo da Casa."
Em novembro, a Sociedade Amigos do Itaim-Bibi entrou com ação na Justiça para impedir a votação do projeto. Haddad foi informado na semana passada de que moradores eram contrários ao negócio. Também foi informado de que a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) apontou que a quantia pedida pela Prefeitura - R$ 5,8 milhões (R$ 9.900, o m²) - não corresponde ao valor da região. Segundo a entidade, o m² na Avenida Brigadeiro Faria Lima custa cerca de R$ 20 mil.
Itaquerão
Logo após Tatto comunicar a desistência, vereadores aprovaram projeto que autoriza a Prefeitura a fazer obras viárias no entorno do Itaquerão, o estádio do Corinthians que abrigará a abertura da Copa de 2014 na zona leste. O texto prevê alargamento das Avenidas Miguel Ignácio Curi e Professor Engenheiro Ardevan Machado, o que facilitará a construção de uma ciclovia - uma das condições para o projeto obter licença da Secretaria do Verde e Meio Ambiente. A proposta também autoriza quatro vias de acesso ao estádio. O local em obras é de de responsabilidade da Dersa, órgão do governo do Estado que fez convênio com a Prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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