Festa do luxo, da ostentação e do futuro

09/03/2018 às 14:16.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:47

No calendário das principais mostras internacionais do automóvel, Genebra, na Suíça, sempre teve posição de destaque, seja pela data (começo de ano), pela posição estratégica – está, por assim dizer, no “meio do mundo” e por ser a preferida pela indústria europeia para revelar o que há de novo nesse primeiro semestre. Também se tornou o espaço ideal para os artesãos e suas supermáquinas, de preferência esportivas, cuja produção muitas vezes não vai além dos dois dedos de uma mão e os zeros à direita do número principal no cheque, por outro lado, são abundantes.

Mas como estamos falando de um palco privilegiado para marcas ditas “generalistas”, é lá que habitualmente aparecem modelos mais populares e globais – bons exemplos recentes são o Citroën C3 (não o daqui, mas seu sucessor); o Audi A1 e o Ford Focus.

Eis que a edição deste ano abriu as portas e, como você pode ver em matéria especial no caderno, urbanos, compactos e modelos mais acessíveis ficaram em segundo plano. Os alemães apostam na mistura de luxo e esportividade de seus cupês vitaminados (o da Mercedes já a venda; o da BMW sob a forma de conceito). A Audi talvez tenha sido a mais “modesta” com a nova geração de seu A6, sedã médio/grande bastante vendido no Velho Continente e nos EUA.

A casa dos quatro aneis, aliás, se volta para o futuro elétrico, com o conceito e-Tron que antecede seu primeiro SUV 100% movido a energia limpa. O que também faz sua “prima” Porsche com o protótipo Misson E Cross Turismo. Caminho já tomado pela Jaguar com o I-Pace, outra atração para o público na Suíça, já como modelo de produção.

Sinal de que as grandes montadoras resolveram dar as costas ao público consumidor médio, que pode gastar menos e quer mais praticidade do que conforto ou desempenho? Na verdade, mais do que isso uma coincidência, já que os principais modelos no segmento são relativamente recentes e dispensam grandes mexidas urgentes. E as principais marcas trabalham com novas famílias de plataformas modulares que, em breve, darão origem a várias novidades. Não é o caso de se “contentar” com o que há, já que a oferta atual é bastante boa, mas de curtir o luxo, a ostentação e o caminho rumo à propulsão limpa, que ainda não é unanimidade e nem vai se dar de um dia para o outro. E o grande barato de salões como o de Genebra está mesmo em sonhar, se aproximar e por vezes tocar modelos que estão completamente fora de nossa realidade...

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