Filhos da deputada suspeitos de matar pastor devem ser transferidos para presídio

Estadão Conteúdo
25/06/2019 às 11:41.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:15
 (Reprodução / Twitter)

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Os dois filhos da deputada Flordelis (PSD-RJ) suspeitos de matar o pastor Anderson do Carmo devem ser transferidos ainda nesta terça-feira, (25), para uma unidade prisional. Flávio dos Santos, de 38 anos, que teria confessado ter disparado seis vezes contra o padrasto, e Lucas dos Santos, de 18 anos, que teria comprado a arma utilizada, estão presos desde a segunda-feira retrasada, dia (17), na carceragem da Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói e São Gonçalo.

Os dois devem seguir para o Presídio Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio, onde funciona a triagem de presos. De lá, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) deverá definir uma outra unidade para abrigar os presos. Os advogados de Flávio e Lucas afirmaram que eles estão sem condições mínimas de higiene e alimentação nas dependências da DH.

"Ficou acertado que os dois serão transferidos porque estão em condições insalubres", afirmou Anderson Rollemberg, defensor de Flávio.

Os advogados questionaram também as condições dos depoimentos prestados por seus clientes na DH. Rollemberg disse na segunda-feira, 24, que ele não confessou o crime - diferentemente do que a polícia e o Ministério Público tinham informado. E ainda que, se houver alguma confissão, ela teria sido colhida irregularmente, sem a presença de um advogado. O representante legal de Lucas seguiu o mesmo discurso.

"Em todos os depoimentos colhidos em sede policial não foi dada ao Lucas a garantia constitucional de ser assistido por um advogado", afirmou o defensor Flávio Crelier. "Ao mesmo tempo, ele sequer foi advertido do direito de permanecer em silêncio."

Na segunda-feira, a deputada Flordelis passou praticamente dez horas prestando depoimento sobre a morte do marido na DH de Niterói. Ela não conversou com a imprensa, nem na entrada e nem na saída. Mas marcou para a tarde desta terça-feira, 25, uma entrevista coletiva.

Outras 24 pessoas que moravam, trabalhavam ou frequentavam a casa também prestaram depoimento na segunda. Segundo a polícia, algumas dessas pessoas podem voltar a ser ouvidas ainda nesta terça-feira. De acordo com as autoridades, todos as pessoas que estavam na casa na hora do crime estão sendo investigadas, inclusive a parlamentar. Elas querem agora estabelecer quantas pessoas participaram do assassinato e a motivação do crime.
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