Se os bloquinhos carnavalescos crescem em participação a cada ano, o interesse pelo Concurso de Marchinhas Mestre Jonas segue o mesmo caminho. Prova disso é a finalíssima de amanhã, que será realizada no Music Hall.
Para Brisa Marques, apresentadora e idealizadora do projeto, é a prova de que a capital mineira voltou a respirar Carnaval como nos anos 30, quando a folia não se resumia aos desfiles das escolas de samba. E segundo Brisa, esse retorno tem os jovens como maiores incentivadores. “Antes, todo mundo saía da cidade. Agora, a juventude, movida principalmente pelas críticas políticas, resolveu pegar essa história, usá-la de uma maneira revolucionária para ganhar voz. E no concurso essa crítica está presente desde o primeiro ano, em 2012”, registra.
Os temas políticos das marchinhas têm recebido “concorrentes”. Um deles é a diversidade sexual. Outro é o cotidiano. "São fatos que não estão nas manchetes de jornais. Algumas têm a poesia como mote, criando laços com a cidade, falando de uma identidade mineira”, observa.
Essa variedade também se deve à presença de compositores de “diferentes searas”, como atesta Thiago Delegado, responsável pelos arranjos das marchinhas participantes, acompanhando com a banda os intérpretes no palco.
O papel de Delegado é deixar todas as marchinhas no mesmo “nível de excelência”, igualando os arranjos para a avaliação dos jurados. “Como é uma banda grande, a marchinha cresce muito. O pessoal fica surpreso e até pede para usar o arranjo depois”, registra o músico.
Uma curiosidade em relação às edições anteriores é a apresentação mais teatral dos intérpretes. “Eles estão mais criativos, fazendo realmente uma performance, na vestimenta e na interpretação, levando esse aspecto a entrar também no julgamento”, analisa Delegado.
Das dez finalistas que serão apresentadas amanhã, cinco serão escolhidas pelo júri oficial. A colocação final ficará por conta do público. “Aquela que entendermos que provocou os gritos mais altos leva”, adianta Brisa, que fará a apresentação ao lado de Tutti Maravilha, locutor da Rádio Inconfidência.
O vencedor receberá R$13.500, bolada que tem atraído cada vez mais participantes. “Alguns nem são compositores e se arriscam nessa arte. Acaba se formando um nicho na cidade”, comenta Brisa.
E para a folia ficar mais completa, será promovido um concurso de fantasias, sendo premiadas aquelas que forem mais criativas e originais. Para participar, basta ir fantasiado ao Music Hall, se divertir na pista e torcer para ser chamado ao palco pelos jurados.
Serviço: Finalíssima 6º Concurso de Marchinhas Mestre Jonas, amanhã, às 20h, no Music Hall (av. Contorno, 3239, Santa Efigênia). Ingresso: R$ 30 e R$ 15 (meia). Quem for fantasiado paga meia.
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