Finalizado relatório antropológico de comunidade quilombola em MG

Jornal O Norte
11/10/2008 às 16:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:46

Foi concluído mais um Relatório Antropológico de comunidade quilombola de Minas Gerais. Desta vez, os beneficiados são os moradores de Mangueiras, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). A comunidade abriga 19 famílias descendentes de negros que fundaram o quilombo ainda antes da abolição da escravatura.

A comunidade de Mangueiras está situada na capital mineira, na região do bairro Aarão Reis. Por sua posição geográfica, sofreu muitas influências dos municípios de Santa Luzia e Venda nova. A história do quilombo está ligada a Maria Maria Bárbara de Azevedo, considerada matriarca da comunidade. Segundo os documentos, teria sido ela que garantiu, para a família, as terras que atualmente são o foco do Relatório Antropológico.

Esse documento contém a caracterização histórica, econômica e sócio-cultural da comunidade e integrará o RTID- Relatório Técnico de Identificação e Delimitação do território. Sua elaboração foi realizada pelo Núcleo de Estudos de Populações Quilombolas e Tradicionais (NuQ) da UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais, em virtude de contrato firmado com o Incra.


 


REGULARIZAÇÃO

Desde 2003, com a publicação do Decreto Presidencial 4.887 que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos, o Incra -Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária é o órgão competente para lidar com a questão.

O relatório antropológico é a primeira etapa do processo de regularização dos territórios de comunidades quilombolas. Juntamente com outros seis documentos, ele formará o RTID- Relatório Técnico de Identificação e Delimitação.

Se o território quilombola incidir sobre imóvel(is) com título de domínio particular, a obtenção se dá mediante desapropriação por interesse social (indenizada) ou compra e venda. Somente após a realização de todas as providências indicadas pela legislação, incluindo a consulta a órgãos públicos e a análise e julgamento das contestações apresentadas das contestações apresentadas pelos interessados, será feita a demarcação e titulação do território quilombola, com a outorga do título coletivo e pró-indiviso, em nome da associação comunitária. Os títulos das terras serão inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis. 

Atualmente, há 98 processos de regularização de territórios quilombolas instaurados na Superintendência Regional do Incra em Minas Gerais. O Estado ocupa o terceiro lugar quanto ao número de comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por