(Lucas Prates/ Hoje em Dia)
Com a disseminação do novo coronavírus, que já matou mais de 5,4 mil pessoas até agora no Brasil, consumidores estão mais propensos a empurrar as dívidas ou até mesmo a entrar na inadimplência. Pesquisa divulgada ontem pela Boa Vista/SCPC aponta que 52% dos entrevistados não vão conseguir pagar as contas ou só arcarão com parte delas neste momento de pandemia.
É o caso de Daniela Cordeiro, residente no bairro União, em Belo Horizonte. Ela trabalhava no setor hoteleiro e fazia “freela” como atendente em eventos, mas foi demitida devido à pandemia. “Não tenho agora nem como pagar minha conta de celular. Não vejo nenhuma perspectiva neste ano, principalmente em relação à economia. Este setor de eventos, no qual eu trabalho, deve ser o último a voltar às atividades”, lamenta.
Incertos em relação ao futuro da economia e com as próprias finanças, 59% dos consumidores entrevistados têm perspectiva de que talvez precisarão contratar crédito para pagar as contas durante ou após a Covid-19. Outros 41% acham que conseguirão “sobreviver” sem apelar a esse artifício.
A pesquisa da Boa Vista revela ainda que dos 52% que irão pagar apenas parte da contas ou nenhuma delas nos próximos meses, 83% informaram que precisarão recorrer ao crédito. Já entre os 48% que acreditam conseguir manter as contas em dia com a renda que possuem, 35% alegam que, em algum momento, necessitarão de crédito se a atual situação continuar, com comércio fechado, demissões e diminuição da renda.
Orçamento
Das pessoas entrevistadas, 80% já tiveram que rever o orçamento doméstico, possivelmente devido a desemprego e redução da jornada e dos salários em até 70%.
Em relação ao tempo que conseguiriam manter as contas em dia, 56% afirmaram que no máximo dois meses. Já para outros 12%, o fôlego será entre três e quatro meses. Apenas outros 12% conseguirão bancar os pagamentos acima de quatro meses.
Dos entrevistados, 49% têm alguma compra parcelada neste momento, seja com cartão de crédito, boleto ou carnê de loja ou cheque pré-datado. Outros 27% estão com financiamentos e empréstimos (de carro, imóvel ou pessoal e consignado).
A principal modalidade citada pelos que afirmam ter que tomar crédito, seja agora ou após a pandemia, foi o empréstimo pessoal em bancos (21%), seguida do cartão de crédito (14%) e do empréstimo consignado (12%).Clique para ampliar
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