Trabalho Escravo

Fiscais resgatam em Jacuí, no Sul de Minas, 33 trabalhadores em situação análoga à escravidão

Larissa Durães e Márcia Vieira
O Norte
22/09/2022 às 18:10.
Atualizado em 22/09/2022 às 19:46
 (Ministério do Trabalho e Previdência / Divulgação)

(Ministério do Trabalho e Previdência / Divulgação)

Uma  fiscalização iniciada  em 13 de setembro pelo Ministério Público do Trabalho e Previdência na zona rural da cidade de Jacuí, no Sul do Estado, resultou no resgate de 33 trabalhadores que se encontravam em situação de trabalho análogo a escravidão. 

A cidade de Jacuí tem pouca mais de sete mil habitantes e fica localizada a 28 km de São Sebastião do Paraíso, município para onde foram levados os trabalhadores resgatados pelo MPTP nesta quinta-feira. 

De acordo com Alexandre Scarpelli, chefe do setor de inspeção do trabalho da Gerência Regional do Trabalho em Poços de Caldas (GRTB),  inicialmente era uma operação de rotina considerando que havia trabalhadores alojados.

(Ministério do Trabalho e Previdência / Divulgação)

(Ministério do Trabalho e Previdência / Divulgação)

“Não sabíamos que iriamos encontrar trabalhadores em situação depois caracterizada como escravidão pelo conjunto de irregularidades que a equipe de fiscalização localizou”, relatou.

Os trabalhadores, todos do sexo masculino, em sua maioria tem origem no Norte de Minas, Bahia e Maranhão, mas havia também pessoas de São Paulo. Eles  prestavam serviços na colheita de floresta plantada de eucalipto. Alguns  estavam alojados em casas alugadas pelo empregador e outros alugavam suas próprias casas, mas as moradias não apresentavam  condições adequadas, com com camas e colchões no chão, de acordo com Alexandre.

Outras irregularidades apontadas pelo chefe de inspeção indicam que para exercer a atividade os trabalhadores tinham que pegar água em córregos com copos encontrados no meio da plantação,  não tinham banheiro, o ônibus que fazia transporte desses trabalhadores apresentavam condições precárias e os salários estavam atrasados, o que os impedia de comprar alimentos para sua sobrevivência. Entre eles havia pessoas doentes, que estavam afastadas com atestado médico, entretanto, não cumpriam as normas de se manterem isoladas das demais a fim de não propagar doenças, o que também caracteriza irregularidade.

(Ministério do Trabalho e Previdência / Divulgação)

(Ministério do Trabalho e Previdência / Divulgação)

A empresa não teve o nome divulgado. Os empregadores agora serão autuados pelo Ministério do Trabalho (MT) e podem ser lavrados em auto de infração referentes as irregularidades que foram detectadas. O empregador poderá responder criminalmente pela situação.  "Caberá ao MP tomar as providencias que julgarem adequadas no que diz respeito a esfera administrativa", explica Alexandre. 

A assessoria do Ministério Público do Trabalho informou que os procuradores ainda estão em campo e as apurações estão em andamento. Devido a localização, a comunicação é falha e não há mais informações até o momento.

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