O Flamengo se manifestou, através de nota oficial, sobre a confusão envolvendo torcedores do clube e do Palmeiras no último domingo (5), no Mané Garrincha, em duelo válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. O clube negou ter se omitido, pois realizou ações de planejamento para que o duelo ocorresse de modo seguro, além de ter responsabilizado do torcedores palmeirenses pelo conflito.
"Como mandante, o Flamengo tomou todas as precauções previstas no regulamento do Campeonato Brasileiro e na Lei 10.671 (Estatuto do Torcedor), cabendo ao clube a contratação de seguranças privados, sendo os órgãos públicos responsáveis por estimar e direcionar o efetivo de policiais militares, policiais civis e bombeiros para a partida", afirmou o Flamengo, para depois detalhar a força de segurança disponibilizada para o confronto.
Leia mais:
Palmeiras procura pai que carregou filho cadeirante em confusão no Mané Garrincha
Torcedor flamenguista segue em estado grave após briga no Mané Garrincha
Em jogo emocionante, Palmeiras vence o Flamengo e se aproxima da liderança
"Para a segurança das quase 55 mil pessoas que foram ao estádio, o Flamengo disponibilizou 390 seguranças privados, sendo 108 destinados aos locais ocupados por torcedores organizados dos clubes. Este número é compatível com outros jogos de grande apelo", acrescentou o clube carioca.
O Flamengo revelou, de acordo com a versão apresentada, que torcidas organizadas do Palmeiras declararam que não poderiam se responsabilizar por membros que viessem de São Paulo para o duelo. "Houve uma reunião entre órgãos de segurança e representantes de torcidas organizadas dos dois clubes. Na ocasião, o representante do Palmeiras argumentou que não poderia se responsabilizar por possíveis atitudes de integrantes vindos de São Paulo", diz o clube.
A direção do Flamengo lembra que a briga foi iniciada após uma ação de integrantes de uma torcida organizada do Palmeiras, que deixaram o seu setor no Mané Garrincha e rumaram para o local onde se concentravam os flamenguistas.
"É importante esclarecer que 'torcedores' da Mancha Verde percorreram os corredores internos do estádio derrubando grades, agredindo policiais e seguranças privados com extintores de incêndio, cadeiras e mesas, com o objetivo de se confrontarem com torcedores do Flamengo", afirmou.
Além disso, o Flamengo indicou que a sua estratégia em um provável julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) será de responsabilizar a torcida do Palmeiras pela briga no Mané Garrincha. "O Flamengo afirma que se defenderá por meio de seus advogados e acredita que não agiu, contribuiu ou se omitiu para que o evento danoso, de responsabilidade exclusiva da torcida do Palmeiras, acontecesse", acrescenta.
Palmeiras e Flamengo poderão ser punidos com a perda de até dez de mando de campo e multa de R$ 200 mil pela briga dos torcedores. O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, promete apresentar uma denúncia até a próxima quarta-feira. Além de punição aos clubes, a procuradoria irá pedir a interdição do Mané Garrincha.
As brigas aconteceram no intervalo do jogo e depois da partida de domingo. Policiais foram acionados e usaram gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar a briga. Os torcedores reagiram invadindo a área de bares do estádio e arremessaram lixeiras contras os policiais. Ao todo, 23 palmeirenses foram detidos, posteriormente sendo liberados. Um torcedor do Flamengo, Evandro Gatto, de 47 anos, foi gravemente ferido e está internado.