O Fundo Monetário Internacional (FMI) acabou reforçando o raciocínio que desenvolvi na coluna publicada ontem, na qual defendi que já existem sinais que geram a expectativa de uma retomada futura do crescimento. A entidade, apesar de ter ampliado sua previsão para a recessão em 2016 (a expectativa de queda do PIB neste ano passou dos 3,5% previstos em janeiro para atuais 3,8%), já aposta na inversão da curva em algum ponto de 2017 (leia matéria da Agência France Presse na página 11).
Na coluna de ontem, lembrei que os ganhos de competitividade advindos do ajuste da taxa de câmbio já apresentam resultados importantes: redução expressiva no déficit de transações correntes, superávit do saldo comercial, crescimento dos volumes exportados, substituição de importações e crescimento dos investimentos diretos (o texto com os números detalhados pode ser acessado no portal do Hoje em Dia, clicando em colunas).
É evidente que a economia ainda está em queda livre e que a crise já se configura como a mais grave atravessada pelo país desde a quebra do café nos anos 30. Mas os reflexos positivos do câmbio mostram que o fundo do poço está próximo. Ao bater nele a economia voltará a subir.
Mas, voltando à análise do FMI, a vice-diretora do departamento de pesquisa da instituição, Oya Celasun, disse ontem que a economia brasileira voltará ao terreno positivo em algum momento de 2017. A previsão de Celasun é baseada na expectativa de normalização do ambiente político e nos efeitos do câmbio, o que foi explicado por ela em economês: “A diminuição gradual dos efeitos adversos da piora dos termos de troca deve contribuir para a melhora da atividade econômica”. Ela acredita, portanto, que o câmbio será o motor da retomada da economia. Justamente o que disse ontem.
Usiminas
Ontem, o fundo de investimentos Geração Futuro, que administra os recursos do investidor Lírio Parisotto e que tem cerca de 1% das ações ordinárias e 5% do capital social da Usiminas, publicou comunicado ao mercado no qual se oferece aos demais minoritários para ser representante (por procuração) na Assembleia Geral Extraordinária que acontecerá no próximo dia 18, na sede da empresa, em Belo Horizonte.
A assembleia foi convocada para que os acionistas aprovem ou não a proposta de um aumento de capital da siderúrgica de R$ 1 bilhão. A injeção no caixa da Usiminas é medida emergencial para livrar a empresa de uma iminente insolvência.
O esforço de Parisotto para aglutinar os minoritários tem, porém, um segundo objetivo. No dia 25 acontecerá outra assembleia dos acionistas, desta vez ordinária, para a eleição do novo conselho de administração da empresa. A briga entre os sócios controladores – os grupos Nippon Steel e Techint/Ternium – abre espaço para maior participação dos minoritários.
Na última eleição, os minoritários, arregimentados por Parisotto, não só ganharam um acento no Conselho como conseguiram, inclusive, indicar seu presidente, Marcelo Gasparino.