O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira, 18, que as investigações da quadrilha de fiscais que fraudava tributos não são focadas na gestão passada e disse que a base é descobrir crimes praticados por funcionários públicos municipais no atual governo.
"Não estamos investigando as gestões passadas", disse. "Por acaso, no cruzamento de informações do patrimônio de servidores, esse grupo foi localizado depois de ter acumulado R$ 80 milhões", disse. Haddad deu a entender que os efeitos colaterais das investigações, que derrubaram o secretário de Governo Antonio Donato, não esfriarão o caso. "Não criamos a Controladoria para depois de seis meses ficar com medo do que encontrei e recuar. O que encontrei me dá ainda mais ânimo."
O prefeito afirmou que as primeiras 15 empresas suspeita de fraude no Imposto Sobre Serviços (ISS) foram notificadas para comparecer à Prefeitura. Haddad não respondeu quando questionado se Donato é inocente das suspeitas de receber dinheiro de propina, mas elogiou o ex-secretário. "Só três pessoas da administração conheciam o andamento das investigações, o controlador (Mário Spinelli), eu e o Donato", disse.
Questionado a respeito do aparecimento do ex-secretário de Finanças Walter Aluísio e o adjunto dele, Silvio Dias, nas investigações, Haddad desconversou. O tom mais ameno em relação à cúpula de finanças da gestão passada ocorre após declarações dele estremecerem as relações com o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, aliado do PT.
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