ACAMPAMENTO ANTIDEMOCRÁTICO

Foragido há 3 meses, Esdras dos Santos segue ativo nas redes sociais

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
Publicado em 11/05/2023 às 07:01.
 (Reprodução / Redes sociais)

(Reprodução / Redes sociais)

Foragido da Justiça desde fevereiro deste ano, o empresário Esdras dos Santos segue ativo nas redes sociais, com vídeos e postagens mostrando a própria rotina, supostamente no exterior. Ele é investigado por incitação a lesão corporal, dano e roubo. A Polícia Civil acredita que ele tenha fugido para os Estados Unidos.

Mais conhecido por ter chorado após a desmobilização do acampamento antidemocrático em frente ao Exército, no bairro Gutierrez, região Oeste de Belo Horizonte, Esdras está foragido desde 15 de fevereiro, quando foi alvo de um mandado de prisão da PC, mas não foi encontrado no endereço onde morava.

Dias após a operação, em 23 de fevereiro, o empresário teve as contas bancárias e ativos financeiros bloqueados após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Desde então, faz postagens frequentes em uma rede social. 

O investigado, que já chegou a gravar um vídeo dirigindo um Porsche, alega estar passando necessidade após ter as contas bloqueadas.   

"Estou dentro de um banheiro tentando cozinhar, olha a minha situação com um filho de 6 anos. Minha família presa dentro de um quarto. Eu não estou tendo dinheiro para comprar comida. Estou desesperado e queria ver se você pode chamar a imprensa para me ajudar. Isso não é condição de uma pessoa que vivia bem no Brasil", diz, em vídeo. 

Em outra publicação, o investigado vende bombons em um sinal. "Tenho que trabalhar. Estou mostrando minha realidade hoje, vendi bastante chocolate. Estou com um balde de rosas também, a realidade é essa. Não vou parar, eu vou lutar e vou vencer novamente. Tenho certeza de que Deus vai me ajudar", afirma. 

Em dado momento do vídeo, Esdras diz que a situação atual é obra do "comunismo". "As pessoas me chamam falando que têm trabalho, mas desaparecem. Então eu comprei chocolate e tô vendendo. Essa é a realidade do comunismo, tô vivendo hoje essa realidade. Estou igual venezuelano batendo na porta de cada carro pedindo oportunidade", lamenta. 

A Polícia Civil afirmou "que continua à procura do investigado, apontado como líder de atos antidemocráticos ocorridos em janeiro deste ano em BH".

Agressões

Empresário do ramo têxtil e de vestuário, Esdras é apontado pela polícia como líder do grupo de manifestantes que montou um acampamento antidemocrático em frente ao Comando da 4ª Região Militar do Exército na avenida Raja Gabaglia, em BH. 

As investigações apontam que ele seria o homem que, do alto de um carro de som, incentivou integrantes do acampamento a agredirem um fotógrafo do Hoje em Dia, em 5 de janeiro. O profissional foi cercado e atingido com socos e pauladas, além de ser arrastado pelo chão ao tentar se esconder sob um veículo. Ele estava no local para uma pauta sobre a manifestação.

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