'Forasteiros' ficam com 20% das vacinas contra Covid em BH

Luiz Augusto Barros
@luizaugbarros
28/06/2021 às 07:50.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:16
 (Govesp)

(Govesp)

Uma a cada cinco doses das vacinas contra a Covid-19 entregues a Belo Horizonte são aplicadas em pessoas que não moram na capital. Por conta dos critérios estabelecidos na campanha para proteger grupos prioritários, a imunização de “forasteiros” é algo rotineiro. No entanto, pode atrapalhar o planejamento. Ao todo, o Executivo já distribuiu mais de 1,5 milhão de unidades à população – 288 mil a residentes de outros municípios.

De acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), esses números ultrapassam 11 milhões no Brasil. Conforme os pesquisadores, a situação atrapalha as ações das secretarias de saúde e o cumprimento das metas. Também causa variações no percentual de imunizados nas cidades. Segundo a nota técnica, o problema deve ser enfrentado com uma melhor coordenação.

Em BH, podem se proteger, além dos moradores que fazem parte do público-alvo, os profissionais que atuam na cidade, desde que sejam trabalhadores da saúde, educação, forças de segurança e salvamento, transporte coletivo rodoviário, metroviário e ferroviário, de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e os caminhoneiros. Eles precisam comprovar o vínculo com instituições ou empresas.

O médico Estevão Urbano, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de BH, avalia que essa necessidade pode atrapalhar o andamento da campanha. No entanto, o especialista lembra que Belo Horizonte é um centro de referência e acaba recebendo pacientes de todos os cantos do Estado. Por isso, proteger essas pessoas acaba aliviando o sistema de saúde local.

“BH vacina quem potencialmente vai adoecer e voltar para cá depois. Então, do ponto de vista de tratamento, pega um contingente muito maior do que a própria população”.

288 mil doses da dose da vacina contra a covid foram aplicadas pela prefeitura em moradores de outras cidades

Para Urbano, a solução seria disponibilizar mais doses para compensar a aplicação nos cidadãos de fora. Para isso, ele acredita que deveria ser entregue quantitativo extra de até 20%, exclusivo para quem não mora no município.

“Esse critério da população por cidade é só um primeiro passo, mas ele poderia ser ajustado levando em consideração esses desvios quando analisamos mais profundamente como funciona o atendimento na capital”, argumentou.

Além disso:

Questionada se existe alguma orientação para promover a vacinação em pessoas de outras cidades, a Secretaria de Estado de Saúde disse que recomenda que as prefeituras sigam as orientações do Plano Nacional de Imunização (PNI) para atendimento dos grupos prioritários. 

Além disso, aconselhou que os moradores procurem a unidade de saúde mais próxima de casa, seguindo as estratégias locais, já que as gestões têm autonomia para realizar o próprio planejamento de distribuição das doses.

 (*) Com Agência Brasil

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