Forças do governo sírio lançaram neste sábado uma série de ataques na cidade de Homs, a terceira maior do país, usando artilharia, tanques e aviões de guerra, numa tentativa de capturar bairros dominados por rebeldes, segundo relato de ativistas. Nas últimas semanas, o exército do presidente Bashar Assad tem feito uma ampla ofensiva na província de Homs com o objetivo de reocupar parte do território perdido para oposicionistas desde o início da crise da Síria, há 27 meses.
Homs, que tem 1 milhão de habitantes, tem mostrado grande simpatia à causa rebelde desde os primeiros dias do levante contra Assad. Um mês após o estouro da crise, manifestantes levaram colchões, alimentos e água para a principal praça da cidade, numa tentativa de emular o que ocorreu na Praça Tahrir, no Cairo, epicentro da revolta egípcia que levou à queda do ex-ditador Hosni Mubarak. A cidade é capital da maior província da Síria, que tem o mesmo nome e se estende da fronteira com o Líbano até os limites com a Jordânia e o Iraque.
De acordo com ativistas, o serviço de telefonia celular foi cortado pela manhã em Homs antes dos aviões começarem a bombardear as áreas rebeldes. Aos ataques aéreos, seguiu-se uma ofensiva com artilharia, morteiros e tanques, antes de soldados tentarem avançar.
"Esta é a pior campanha contra a cidade desde que a revolução começou", disse um ativista em uma das áreas rebeldes por meio do Skype. "Eles estão usando todos os tipos de armas", disse o homem, que não se identificou por temer represálias do governo.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres, estima que mais de 100 mil pessoas morreram na Síria desde o início dos conflitos, em março de 2011. A ONU calcula o número de mortos em 93 mil. Fonte: Associated Press.
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