(LE WAGON/DIVULGAÇÃO )
Graças a uma frustração com o trabalho cotidiano da publicidade, em 2011, o belo-horizontino Fernando Americano, 38 anos, mudou radicalmente a carreira. Das palavras que buscam convencer as pessoas a comprar qualquer coisa, ele saltou para o empreendedorismo no mundo digital, que valoriza o aprender fazendo e o compartilhamento de ideias.
Agora, junto com os sócios Mathieu Le Roux e Pedro Meyer, trouxe para Belo Horizonte a franquia europeia “Le Wagon”, que oferece cursos intensivos de programação. O “Le Wagon” é um bootcamp francês que ensina programação em uma formação superintensiva de nove semanas (360 horas de carga horária). A primeira turma, em São Paulo, terminou recentemente. Em Belo Horizonte, os primeiros alunos terão aulas de 17 de outubro a 16 de dezembro.
“Minha última experiência em agência foi atendendo a contas de pasta de dente, margarina, desodorante. Como ser pago pra convencer os outros a usar determinada marca de pasta de dente se eu mesmo uso qualquer uma? Depois fui trabalhar ainda como profissional de marketing em uma empresa de tecnologia onde, pelo menos, a comunicação é mais direta e honesta: você comunica principalmente sobre o que a tecnologia é capaz de fazer ou como ela pode gerar valor pra sua vida”, relata Americano.
Nessa empresa, começou a se envolver com o empreendedorismo tecnológico e foi convidado a trabalhar em uma aceleradora de start-ups. “Foi lá onde eu comecei a me questionar sobre que modelo de desenvolvimento queremos seguir no Brasil: nos inspirar na China, que coloca a ênfase no mercantilismo e na exportação de objetos de pouco valor agregado, ou na Índia, que foca mais nas pessoas e na educação, gerando tecnologia e exportando ideias e soluções?”, pergunta.
A resposta, claro, é a aposta no modelo indiano, que corre junto ao trabalho desenvolvido na Le Wagon. “Acredito que a educação tem um papel fundamental na construção do futuro do nosso país – especialmente a educação tecnológica que ainda é muito negligenciada pelas instituições e métodos tradicionais”, avalia.
Por isso, ele e os sócios decidiram representar no Brasil a Le Wagon. “A gente tem essa coisa de apreender fazendo, que é muito diferente de uma escola normal. A nossa metodologia – ao contrário do que acontece na escola que, sempre nivela por baixo – é nivelada por cima”, explica.