Franquia europeia que ensina programação para leigos chega a BH

Bruno Moreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
16/09/2016 às 20:11.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:52
 (LE WAGON/DIVULGAÇÃO )

(LE WAGON/DIVULGAÇÃO )

Graças a uma frustração com o trabalho cotidiano da publicidade, em 2011, o belo-horizontino Fernando Americano, 38 anos, mudou radicalmente a carreira. Das palavras que buscam convencer as pessoas a comprar qualquer coisa, ele saltou para o empreendedorismo no mundo digital, que valoriza o aprender fazendo e o compartilhamento de ideias.

Agora, junto com os sócios Mathieu Le Roux e Pedro Meyer, trouxe para Belo Horizonte a franquia europeia “Le Wagon”, que oferece cursos intensivos de programação. O “Le Wagon” é um bootcamp francês que ensina programação em uma formação superintensiva de nove semanas (360 horas de carga horária). A primeira turma, em São Paulo, terminou recentemente. Em Belo Horizonte, os primeiros alunos terão aulas de 17 de outubro a 16 de dezembro.

“Minha última experiência em agência foi atendendo a contas de pasta de dente, margarina, desodorante. Como ser pago pra convencer os outros a usar determinada marca de pasta de dente se eu mesmo uso qualquer uma? Depois fui trabalhar ainda como profissional de marketing em uma empresa de tecnologia onde, pelo menos, a comunicação é mais direta e honesta: você comunica principalmente sobre o que a tecnologia é capaz de fazer ou como ela pode gerar valor pra sua vida”, relata Americano.

Nessa empresa, começou a se envolver com o empreendedorismo tecnológico e foi convidado a trabalhar em uma aceleradora de start-ups. “Foi lá onde eu comecei a me questionar sobre que modelo de desenvolvimento queremos seguir no Brasil: nos inspirar na China, que coloca a ênfase no mercantilismo e na exportação de objetos de pouco valor agregado, ou na Índia, que foca mais nas pessoas e na educação, gerando tecnologia e exportando ideias e soluções?”, pergunta.

A resposta, claro, é a aposta no modelo indiano, que corre junto ao trabalho desenvolvido na Le Wagon. “Acredito que a educação tem um papel fundamental na construção do futuro do nosso país – especialmente a educação tecnológica que ainda é muito negligenciada pelas instituições e métodos tradicionais”, avalia.
Por isso, ele e os sócios decidiram representar no Brasil a Le Wagon. “A gente tem essa coisa de apreender fazendo, que é muito diferente de uma escola normal. A nossa metodologia – ao contrário do que acontece na escola que, sempre nivela por baixo – é nivelada por cima”, explica.

Proposta é oferecer técnicas a pessoas que nunca antes haviam programado, para que criem produtos ou soluções tecnológicas
Os alunos da Le Wagon são pessoas sem bagagem técnica, que buscam tirar uma ideia do papel. Na Europa, em dois anos, expandiu-se para 8 países
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