Fred admite ter sido 'cone da Copa' e vê falta de humildade nos 7 a 1

Estadão Conteúdo
07/02/2019 às 19:46.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:27
 (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

(Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Quase cinco anos depois, o centroavante Fred ainda tem lembranças, a maioria ruins, da Copa do Mundo de 2014. Em pleno Mineirão, o jogador vestia a camisa 9 da seleção na goleada sofrida para a Alemanha por 7 a 1, pela semifinal, considerada por muitos como a pior derrota da história do futebol brasileiro. Nesta quinta-feira, admitiu não ter tido um bom desempenho em campo.

"Eu fui o cone da Copa. A única, além da minha família, que me abraçou, foi a torcida do Fluminense (time no qual jogava na época). Não tem como apagar", disse o atual jogador do Cruzeiro, que só marcou um gol na competição realizada no Brasil - na goleada por 4 a 1 sobre Camarões, em Brasília, pela fase de grupos. "Eu sou um bom centroavante e sou muito eficiente dentro da área. E nosso time não estava jogando de forma coletiva, um passando para o outro. E eu sofri mais por causa disso porque eu necessito totalmente dos meus companheiros".

Hoje em dia, Fred leva essa história na brincadeira. "Na época do Abelão (Abel Braga, no Fluminense) era bom. Ele falava: 'Fred, você pega os dois zagueiros ou o goleiro'. Mas depois que veio o negócio do cone na Copa eu tenho que correr nem que não esteja fazendo nada, eu tenho que movimentar. Agora tem um GPS atrás, tenho que ficar mexendo", disse, em entrevista ao SporTV.

Fred lembrou ainda de detalhes da goleada sofrida para a Alemanha. O centroavante revelou que faltou humildade por parte da seleção brasileira. "Faltou um pouquinho de humildade para a gente, inclusive dentro do jogo. Lembro que estava 1 a 0 e todo mundo ‘vamos virar’, 2 a 0 e ‘vamos virar, vamos para cima’. E eu falei: ‘gente, vamos fechar a casinha", comentou.

Para o atacante, a forma como a equipe jogou ofensivamente em 2014 era um resquício do que havia feito um ano antes na conquista da Copa das Confederações, também no Brasil - ganhou por 3 a 0 da Espanha, então campeã mundial e bi da Eurocopa, na final disputada no Maracanã. Essa campanha deu uma falsa impressão sobre a seleção.

"Lembro de uma reunião que o Felipão (técnico) fez em 2013. Eu levantei e falei que a gente tinha que saber sofrer, aí levantou Daniel Alves, Neymar e falaram ‘vamos para cima, somos o Brasil’ e não sei o quê. E a gente passou por cima de todo mundo nas Confederações, mas não pegamos uma Alemanha, uma Argentina, uma Holanda. A gente é alimentado do que a gente viveu no passado", lembrou.

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