Frigorífico fecha e credores esperam negociação judicial

Jornal O Norte
12/03/2009 às 10:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:53

Janaína Gonçalves


Repórter

A última audiência realizada no município de Janaúba, nessa segunda-feira (9), contou com representantes do BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e com BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Social, além dos membros do senado, da Associação dos Criadores de Gado de Corte do Norte de Minas, pecuaristas da região, diretores, funcionários do frigorífico, bem como toda a comunidade janaubense.

Conforme o diretor executivo da central de vendas de corte e diretor da agroindústria da Sociedade Rural de Montes Claros, Ailton Santos de Souza, o objetivo da reunião era realizar ações junto a estes bancos para resolver a situação dos credores, diante da crise econômica cada vez mais impactada com o fechamento do frigorífico. – A dívida dos pecuaristas chega a 15 milhões, e é preciso encontrar medidas para que esta situação seja resolvida o quanto antes - avalia.

Para o diretor, a assembleia não teve os resultados necessários para solucionar a crise que o Frigorífico Independência Tobias Bremer vive e, além disso, a real necessidade que os setoristas e funcionários se encontram com o perda deste investimento e serviço. – A reunião não somou em nada para o sindicato rural - afirma.

IMPACTOS

Desde o início do ano, todos esses pontos se agravaram, o que gerou resultados muito negativos para a empresa, que no momento atual, alega vender abaixo do custo de produção e ainda tem alto custo financeiro e elevada taxa de inadimplência.

Os acionistas afirmam que os fatores da crise são comuns no setor de frigoríficos no Brasil. – O que complicou e acelerou o processo de redução do caixa da empresa e, por conseqüência, a decisão de pedido de concordata foi o fato de 85% da dívida  ser dolarizada, o que aumentou o endividamento após a desvalorização do real – diz Ailton Santos.

O frigorífico que atende a uma capacidade de abate de 10.800 cabeças por dia, e está presente em sete estado brasileiros e no Paraguai está de portas fechadas. E as 12 plantas de abate e desossa três curtumes, três fábricas de charque, cinco módulos de produção de biodiesel, com centros de distribuição em Cajumar, Itupeva e no porto de Santos, comprometidas.

No último trimestre com o balanço público, faturou R$700 milhões, mas a projeção da empresa perdeu investimento e as conseqüências já podem ser sentidas no setor econômico mineiro.

ESPERA

Até o momento os credores, reivindicam seus direitos diante ao governo e esperam a lista judicial que será divulgada no diário oficial, para o pagamento da dívida. – Caso o nome de algum credor não for apresentado, o mesmo deverá entrar com um mandato ao crédito ao judiciário para que a situação financeira seja resolvida – ressalta o diretor executivo da central de vendas de corte e diretor da agroindústria da Sociedade Rural de Montes Claros, Ailton Santos de Souza.

Ele acrescenta que não tem previsão para a abertura do frigorífico. – Acredito que a empresa não deve abrir por enquanto, e já se estuda outras regiões a serem exploradas pelo volume de gado em produção, como Rondônia e Mato Grosso. E frisa ainda que:  – O  Frigorífico de Janaúba continua comprometido e a classe espera uma posição o quanto antes, já que o impacto econômico não afeta somente os acionistas, mas todos aqueles que o compõem o setor seja ele interno ou externamente.

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