Frigoríficos exportadores limitam preço pago ao produtor

Jornal O Norte
03/05/2007 às 11:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:03

O diretor técnico da ABCZ - Associação Brasileira dos Criadores de Zebu e colunista do portal Agrolink, Nelson Pineda, fala sobre o paradoxo a cerca do mercado brasileiro da carne bovina. Sobre o assunto ele diz que ao mesmo tempo em que o Brasil é o maior exportador de carne bovina, com um faturamento de US$ 3,92 bilhões em 2006, o país vive uma séria crise interna, com redução dos preços pagos aos produtores ao menor patamar nos últimos 50 anos.




(foto: Wilson Medeiros)

Conforme o colunista, a principal razão disso é a concentração de um número limitado de frigoríficos exportadores nas mãos de poucos empresários, que exercem pressão sobre o mercado interno para a redução do preço, enquanto lucram com a venda direta aos clientes estrangeiros, responsáveis pelo consumo de 21% da carne bovina produzida nos pastos do Brasil.

- Apenas 18 frigoríficos respondem por 98% das exportações do país; os cinco maiores controlam 65% do mercado, sendo que dois deles abocanham 40% do total - completa Pineda.

Pineda explica que o Brasil foi penalizado com algumas restrições por 56 países, sobretudo pela carne produzida em São Paulo, no Paraná e no Mato Grosso do Sul. Contudo, os grandes frigoríficos, com plantas industriais em vários outros estados habilitados, continuaram exportando, com a vantagem de que subiu o preço da carne brasileira no exterior.

Desta forma, a suposta retração das exportações não teve grande impacto para a indústria exportadora, mas criou o cenário ideal para baixar ainda mais o preço da arroba paga ao produtor.

Para o colunista, a concentração de poder nas mãos dos frigoríficos exportadores coloca em risco um segmento estratégico da economia. E não contribui em nada para o desenvolvimento do setor. (com informações Agrolink)

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