Após 16 dias de greve, os funcionários do Grupo Eletrobras retomaram as atividades nesta quarta-feira. Em assembleias realizadas nesta terça-feira, 30, os sindicatos aceitaram a proposta formulada pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Carlos Alberto Reis, em audiência de conciliação realizada na segunda-feira, 29, em Brasília. Para ser aplicado, o acordo também precisa ser ratificado pela Eletrobras.
A proposta de Reis é de um acordo válido por dois anos, de maio de 2013 a abril de 2015. De forma imediata, os trabalhadores teriam direito à reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado até maio, de 6,49%, mais ganho real de 1%. Em janeiro de 2014, a Eletrobras concederia novo reajuste com ganho real de 1%. Em maio de 2014, os salários seriam corrigidos pelo IPCA acumulado no período. Por fim, em setembro de 2014, novo ganho real de 0,5%.
A aceitação da proposta do TST, porém, não foi unânime. O diretor do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) Miguel Sampaio afirmou que a base sindical do Estado questionou a validade do acordo por dois anos. Isso porque, com essa medida, os sindicatos não poderão negociar o acordo coletivo em 2014, ano de eleições presidencial e para os governos estaduais.
O ambiente político poderia ser usado pelas entidades para obter mais vantagens aos trabalhadores nas negociações com a Eletrobras. Uma nova audiência de conciliação está marcada para esta quinta-feira, 1, às 15 horas em Brasília, e a expectativa é de que um acordo seja selado entre as partes. Mas Sampaio afirmou que não pode ser descarta a hipótese de a Eletrobras apresentar uma contraproposta na reunião desta quinta-feira.
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