temor de demissões

Funcionários da Maternidade Santa Fé protestam após administradora desistir de gestão hospitalar

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
02/12/2022 às 12:06.
Atualizado em 02/12/2022 às 12:58
 (Divulgação / Redes sociais)

(Divulgação / Redes sociais)

O Hospital da Mulher e Maternidade Santa Fé, em Belo Horizonte, está com os atendimentos suspensos. A unidade fechou as portas após o grupo Pró-Saúde, responsável pela administração, comunicar o encerramento da gestão na última quarta-feira (30).

Na manhã desta sexta-feira (2), trabalhadores protestaram na porta da unidade hospitalar. Os funcionários reclamam de frequentes atrasos no pagamento de salários e FGTS. Nas redes sociais, um funcionário relatou que o problema começou em setembro de 2021, quando a maternidade contratou o Grupo Pró-Saúde - uma entidade filantrópica - para fazer a gestão do hospital. 

A chegada da empresa teria impactado os salários e os recursos para manter o mínimo para o funcionamento da maternidade. Agora, com o retorno à antiga gestão, os trabalhadores temem que os atendimentos sejam suspensos definitivamente e que haja uma demissão em massa. 

O vice-presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de BH e Região (Sindeess), Joaquim Valdomiro Gomes, explica que o comunicado da Pró-Saúde pegou os funcionários de surpresa e os deixou sem garantias. 

"A Pró-Saúde há um ano e dois meses assumiu a maternidade. Para nossa surpresa, nesta semana a maternidade foi entregue novamente aos antigos gestores, deixando todos os trabalhadores sem saber o que fazer, sem garantia de emprego, sem garantia do salário e sem garantia dos benefícios. Já estamos tomando medidas jurídicas necessárias", afirmou.

Em nota, a Pró-Saúde informou que o desligamento aconteceu porque "não houve a sinergia necessária entre a entidade filantrópica e o conselho diretor da maternidade".

(Reprodução / Redes sociais)

(Reprodução / Redes sociais)

A empresa garantiu ainda que, de acordo com o contrato de gestão assinado pelas partes, "os 169 profissionais deverão continuar com seus vínculos empregatícios diretamente com o conselho diretor a partir de dezembro 2022". (Leia a íntegra abaixo). 

O Hoje em Dia procurou a antiga gestão da Maternidade Santa Fé, mas não conseguiu contato. 

Leia a nota da Pró-Saúde na íntegra:

A Pró-Saúde comunica o encerramento de sua gestão do Hospital da Mulher e Maternidade Santa Fé, no último dia 30/11.

A parceria iniciou em setembro de 2021 com objetivo de reverter a crise financeira que comprometia a sustentabilidade da Maternidade Santa Fé, por meio da modernização da gestão e, principalmente, a assistência oferecida aos clientes, de acordo com as boas práticas de mercado.

Durante esse período, a Pró-Saúde identificou os principais eixos para alcançar esse objetivo e concentrou todos os seus esforços nesse trabalho. Porém, não houve a sinergia necessária entre a entidade filantrópica e o conselho diretor da Maternidade.

De acordo com o contrato de gestão assinado pelas partes, os 169 profissionais deverão continuar com seus vínculos empregatícios diretamente com o conselho diretor mantenedor da Maternidade a partir de dezembro 2022.

No momento, todos os esforços da Pró-Saúde estão voltados para assegurar os interesses dos pacientes e profissionais da HMSF. Os salários, assim como a primeira parcela do 13º, vale transporte e convênio médico estão em dia. O vale alimentação será quitado junto com a folha de pagamento de novembro, até o quinto dia útil deste mês.

A entidade filantrópica já comunicou sobre sua decisão paras os principais órgãos e entidades interessados nesse processo. Outras questões contratuais entre a Pró-Saúde e Maternidade Santa Fé, serão oportunamente discutidas no âmbito judicial.

Por fim, a Pró-Saúde agradece o empenho dos funcionários durante esse período e deseja pleno êxito para a Maternidade Santa Fé.

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