entrevista

‘Futebol é minha vida. Eu respiro isso todo dia’, diz Renan Oliveira

Aos 35 anos, itabirano volta ao Valeriodoce, clube onde começou, e lidera o time na busca pelo acesso no Módulo II Mineiro

Angel Drumond
angel.lima@hojeemdia.com.br
Publicado em 02/06/2025 às 07:30.
 (Fotos: Guilherme Alvarenga)

(Fotos: Guilherme Alvarenga)

Natural de Itabira, Minas Gerais, Renan Oliveira iniciou a trajetória no futebol ainda criança, aos 4 anos, nas quadras do tradicional Valeriodoce. Conciliou o futsal com o futebol de campo até os 14 anos, desenvolvendo habilidades que marcaram sua carreira, como agilidade e raciocínio rápido. Sua história ganhou um novo capítulo quando, aos 15, se destacou no amador local e, após uma atuação de três gols num amistoso, conquistou uma oportunidade nas categorias de base do Atlético, clube do coração da família.


Renan não demorou a se firmar no Galo. Com uma estreia meteórica, marcou três gols em seus quatro primeiros jogos no profissional. Foi campeão mineiro e convocado para as seleções de base do Brasil, onde dividiu campo com nomes como Douglas Costa, Everton Ribeiro, Giuliano e Alan Kardec, além de conquistar o título sul-americano sub-20. A carreira seguiu por clubes como Vitória, Coritiba, Goiás — onde viveu uma das melhores fases da carreira —, Sport, América, além de experiências internacionais, como na Lituânia, sempre deixando sua marca de talento e visão de jogo.

Agora, aos 35 anos, Renan retorna às suas origens e defende o Valeriodoce, de Itabira, na disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro. Experiente, líder e referência, tem jogado todas as partidas da competição e já balançou as redes duas vezes. Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Hoje em Dia, Renan reflete sobre a carreira, o reencontro com o clube onde tudo começou e os planos para o futuro.

(Fotos: Guilherme Alvarenga)

(Fotos: Guilherme Alvarenga)

Renan, depois de uma carreira vitoriosa, com passagens por grandes clubes e até pela Seleção Brasileira de base, como é voltar às origens e vestir novamente a camisa do Valeriodoce, onde tudo começou?

É um sentimento indescritível poder reviver a história no clube onde tudo começou! Uma alegria imensa ter a oportunidade de jogar na minha cidade, cercado pela minha família e pelos amigos, que agora podem me acompanhar e torcer de perto.

O Valeriodoce é um clube tradicional em Minas, mas que há anos busca retomar seu espaço. Como você, com toda sua bagagem, enxerga esse projeto e qual tem sido o seu papel dentro e fora de campo?

Já tive a oportunidade de trabalhar em alguns clubes ao lado das pessoas que hoje estão à frente do Valério. A seriedade e o comprometimento com que conduzem o trabalho foram determinantes para que eu decidisse retornar ao clube neste momento. Todos estão muito confiantes de que o acesso é possível. O grupo tem uma combinação muito positiva de juventude e experiência, e poder contribuir com a minha vivência, tanto dentro quanto fora de campo, me motiva ainda mais a encarar esse desafio.

Você tem sido peça-chave no time, jogando todos os jogos e já marcando dois gols. De que forma sua experiência no futebol profissional e internacional tem contribuído com o elenco, especialmente com os jogadores mais jovens?

Procuro estar sempre me aprimorando no dia a dia, principalmente nas assistências, buscando sempre dar o meu melhor nos treinamentos para que, nos jogos, tudo aconteça de forma natural. Ter jogado fora do país me proporcionou uma disciplina tática ainda maior, o que tem contribuído bastante também na minha rotina e na minha evolução.

Ao olhar para trás, você teve momentos memoráveis no Atlético, no Goiás e também fora do país. Qual episódio da sua carreira você leva com mais carinho e que te inspira nessa fase atual no futebol mineiro?

Acredito que a minha estreia como profissional e a primeira convocação para a seleção foram, sem dúvida, os momentos mais marcantes da minha carreira. Eram conquistas que eu sonhava desde criança, e vivê-las foi a realização de um grande sonho.

(Fotos: Guilherme Alvarenga)

(Fotos: Guilherme Alvarenga)

Sua trajetória no futebol foi marcada também por desafios, como as lesões e a experiência na Lituânia, um ambiente completamente diferente do Brasil. De que maneira essas vivências moldaram seu amadurecimento dentro e fora dos gramados?

Tive algumas lesões no início da minha carreira que, sem dúvida, me atrapalharam bastante. No entanto, sempre me cuidei muito e, graças a Deus, contei com profissionais extremamente competentes ao meu lado, que foram fundamentais nesse processo.

A experiência na Lituânia foi simplesmente única. Procurei aproveitar cada segundo, absorvendo tudo o que aquele país, com uma cultura tão diferente, tinha a me oferecer. Apesar das diferenças, encontrei um povo muito receptivo e acolhedor, o que tornou minha adaptação muito mais fácil e leve.

Você teve a oportunidade de jogar ao lado de lendas como Ronaldinho Gaúcho e Marques, e enfrentou craques como Petkovic e Edmundo. O que esses encontros te ensinaram e quais desses ensinamentos você carrega até hoje no Valério?

São momentos que marcam a carreira de qualquer jogador. Jogadores que conquistaram tudo no futebol! Marques é, sem dúvida, o meu maior ídolo no esporte, e poder dividir o campo com ele foi uma experiência única na minha vida. Aprendi muito no convívio diário, lições que levarei para sempre.

Renan, o que você projeta para o futuro? Existe espaço para continuar no futebol, seja dentro das quatro linhas ou talvez como treinador, dirigente ou até na base do próprio Valeriodoce, onde tudo começou?

Futebol é a minha vida, eu respiro isso todo dia. Só ainda não sei o que vem depois, quando encerrar minha caminhada como jogador. Mas uma coisa é certa: tá nas mãos de Deus. Se for pra ser, Ele vai mostrar o caminho.

Como ex-jogador do Galo, qual é a sua avaliação sobre o momento atual da equipe? Na sua opinião, o time tem condições de conquistar mais algum título nesta temporada, além do Campeonato Estadual?

Acredito que, pelo investimento que fazem todos os anos, eles sempre vão entrar em todos os campeonatos para conquistar títulos. Obviamente, existem outros times no futebol brasileiro que também investem pesado e vão brigar por todas as conquistas. Mas acredito, sim, que eles têm chances!

Recentemente foram divulgadas imagens da visita de Pedro Lourenço, dono da SAF do Cruzeiro, ao Valério. Em algumas dessas fotos, você aparece recepcionando o empresário. Gostaria de saber: qual é a sua relação com Pedro Lourenço? E como você avalia o trabalho que ele vem realizando à frente do Cruzeiro?

Na verdade, eu não estava lá para receber ele. Estava saindo do vestiário junto com os outros jogadores para acompanhar a chegada do helicóptero. Quando ele desceu, me chamou para uma conversa rápida, nada demais! Foi a primeira vez que o vi pessoalmente e conversei com ele. Em relação ao trabalho no Cruzeiro, não tenho acompanhado muito, mas sei que tem jogadores de qualidade na equipe.

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