Futuro Olímpico: 'já estamos focados nos Jogos de 2020 e 2024', diz diretor do Ministério da Defesa

Clarissa Carvalhaes
ccarvalhaes@hojeemdia.com.br
12/08/2016 às 13:01.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:19
 (Divulgação Ministério da Defesa)

(Divulgação Ministério da Defesa)

Um em cada três atletas brasileiros que participam dos Jogos Olímpicos na Rio 2016 é militar.

Em entrevista ao Hoje em Dia, o diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, almirante Paulo Zuccaro afirma que a classificação de 145 atletas (quando a meta era de 100 esportistas) é um feito histórico e reflexo da eficácia do Programa Atletas de Alto Rendimento que contempla 660 atletas militares e pelo qual ele é responsável.

Hoje, enquanto os brasileiros celebram as três medalhas conquistadas até agora na Rio 2016 (ouro, prata e bronze - todas por atletas militares), Zuccaro garante que o planejamento do Ministério da Defesa já mira nas Olimpíadas de 2020 e 2024.

"Os resultados alcançados até agora já são motivo de muitas comemorações por todo país. Mesmo quando a medalha não vem, o atleta merece todo nosso respeito".

Jogos militares?

Nós nunca tivemos ambição de ter a exclusividade das medalhas e dos atletas olímpicos. Entendemos que uma potência olímpica deriva de vários projetos e parceiros: de clubes fortes, da presença de empresas e também de programas como o nosso. Sabemos que abrimos muitas possibilidades para o país e isso têm dado muitos resultados. Oferecemos uma condição muito boa para os atletas. E não é apenas o salário digno, mas também de todo um suporte de retaguarda em termos de medicina, odontologia, fisioterapia, nutrição, instações esportivas, gestão do esporte... Tudo isso contribui para o sucesso que nós estamos vendo.

Futuro

Atualmente o Ministério da Defesa investe aproximadamente R$ 18 milhões por ano no Programa Atletas de Alto Rendimento que contempla 660 atletas militares. O valor é distribuído da seguinte maneira: 15 milhões vão para os salários e os outros R$ 3 milhões para nossa participação em competições alto nivel. O restante dos recursos necessários vem do Ministério dos Esportes. 

Desafio

Um ponto que nós temos que trabalhar bastante no futuro é o fato de não perdermos o ritmo. Não devemos considerar que após os Jogos Olímpicos 2016 encerramos um etapa. Ao contrário: para as pessoas menos atentas pode até parecer que os jogos só acontecem nesse período, mas desde já estamos focados nos próximos círculos. O nosso planejamento é para a Olimpíada de 2020 e o seguinte. Para tanto, acreditamos que devemos investir na base e pensar nos novos talentos. A minha missão é não deixar as parte interessadas perderem a motivação e, mais ainda, incentivá-las a continuar investindo em suas competências para os próximos Jogos. 

Trabalho mental

O trabalho que realizamos com os atletas se dá em nível individual, mas eu posso garantir que o convívio em um ambiente militar influencia positivamente no resultado que estamos vendo ter melhor foco, concentração, espírito de luta, de equipe, a própria camaradagem, disciplina, o respeito aos técnicos e às regras a cada modalidade. Cada um desses elementos são valores que nós cultuamos e que são elementos determinantes para a vitória em uma competição. 

Continência

Nós não obrigamos, não. Nós preferimos que a coisa se dê de forma espontânea e isso depende de cada um deles. O que nós esperamos é ver muitas continências na Rio 2016. Algumas pessoas, no entanto, levantam a polêmica de que esse ato poderia ser punido pelo Comitê Olímpico. Mas, o Comitê jamais puniu qualquer atleta por ter feito continência no pódio. O que o comitê proíbe são manifestações políticas, mas uma continência militar é uma saudação militar à bandeira nacional, ao hino nacional e isso não é um ato político. Muito pelo contrário esse gesto é uma manifestação por definição apolítica. A continência é uma forma do militar cumprimentar a todos nós, ao povo brasileiro, simbolizados pela bandeira e pelo hino.

Orgulho

Nossos atletas, todos eles, representam o que há de melhor da nação brasileira em termos de juventude, garra e força. Os resultados alcançados até agora já são motivo de muitas comemorações por todo país. Mesmo quando a medalha não vem, o atleta merece todo nosso respeito. Para quem assiste, e deseja competir, quero deixar aqui um recado também: procure competir no nivel cada vez mais elevado, se informe sobre os nossos editais e sobretudo tenha esperança, força, fé e determinação nas suas aspirações.

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