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Doom 3 chega aos 21 e ainda é uma excelente pedida para quem busca um FPS apavorante e frenético

Lançado em 3 de agosto de 2004, Doom 3 era tão pesado que foi utilizado pela Intel para demonstrar processador da época

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 04/08/2025 às 15:39.
 (Foto: id Software/Divulgação)

(Foto: id Software/Divulgação)

Quando John Carmack, John Romero, Adrian Carmack e Tom Hall se uniram para criar Wolfenstein 3D, eles não queriam apenas converter o jogo de estratégia para Apple II num game dinâmico. Eles abriram caminho para a consolidação do gênero FPS. E a consolidação veio com a franquia Doom, que criou a receita básica de um bom título de tiro em primeira pessoa.

Sem Wolfenstein e Doom, certamente não teríamos Medal Of Honor, Battlefield, Call of Duty e demais franquias de FPS. Além disso, sem Doom a vida seria mais chata se o desafio de rodar o game em caixas eletrônicos, testes de gravidez e até mesmo em plaquetas de bactérias. 

Pessoalmente o grande momento da franquia ocorreu há exatos 21 anos. Em 3 de agosto de 2004, quando a id Software publicou Doom 3. O game foi um divisor de águas, que separou o PC comum do PC de alta performance, muito antes de cunharem a expressão “PC Gamer”.

Para se ter uma ideia, lá em 2004, para poder rodar o jogo era preciso ter um processador de pelo menos 2.0 GHz de clock e dois núcleos. A memória RAM deveria ser de no mínimo 3 GB. E olha que até hoje usamos máquinas com 4 GB de RAM para tarefas cotidianas.

E se não bastasse, era preciso ter uma placa de vídeo dedicada. Isso mesmo, uma Nvidia GeForce 9800 GT ou uma ATI Radeon HD 5750, 512 MB vídeo RAM. E mais, exigia absurdos 11 GB de armazenamento, numa época em que os HDs tinham em média 40 GB.

Me lembro como se fosse hoje quando fui cobrir o lançamento do processador Intel Core 2 Duo, aqui no Brasil. Os executivos estavam tentando explicar as melhorias do processador, usando termos técnicos, nanômetros e coisas do tipo.

Mas tudo foi resumido quando eles mostraram um vídeo de uma máquina, equipada com a nova CPU, rodando Doom 3. E o executivo comentou: com o novo processador Intel, Doom 3 rodou sem travamentos.

Ou seja, era um game tão absurdo para seu tempo, que nem mesmo a gigante da computação tinha um processador doméstico para suportar Doom 3.

E o game mostrou por que cobrava tanto do processador. Desenhado por Tim Willits (que já entrevistamos aqui no Hoje em Dia e programado por John Carmack, o game contou com a participação da velha equipa da id Software, que utilizou o motor gráfico id Tech 4, que era uma das mais poderosas engines da época.

Para se ter uma ideia, a Microsoft levou quase um ano para conseguir lançar a edição para o Xbox (primeira geração), muito lenta e com gráficos aquém da edição para PC. Para rodar plenamente no PS3 e no Xbox 360, foram necessários aproximadamente oito anos. A versão BFG Edition só chegou ao mercado em 2012. 

E vale a pena jogar Doom em 2025?

Claro que vale! O jogo é atemporal. Apesar de a qualidade visual denunciar a idade, é um jogo excelente, com uma ambientação apavorante, jogabilidade frenética e um ótimo enredo.

A história de Doom 3 é uma versão “passada a limpo” do jogo original. Nessa trama, o jogador assume o papel de um fuzileiro colonial que desembarca em uma estação militar em Marte.

Lá, a União Aeroespacial (UAC) testa diferentes tecnologias, armas, medicamentos e inclusive uma sistema de teletransporte. Essa tecnologia foi desenvolvida a partir de ruínas de supostas criaturas que viveram no planeta vermelho há séculos.

O problema é que quando o equipamento foi testado, ele abriu o portão do inferno e as criaturas passaram a brotar pela estação. E se não bastasse os demais militares e cientistas residentes foram possuídos. 

E adivinha quem vai ter que limpar toda sujeira? Isso mesmo, o soldado novato. A trama apesar de linear, permite exploração de diversos cenários da instalação militar. O jogador deve ficar atento a criaturas escondidas e outras que teleportam constantemente. 

Isso sem falar nos consumíveis, como kits médicos, armadura e munição. Tudo é escasso e os inimigos são ferozes. A dica é jogar salvado a cada passo. 

Ficou interessado? Doom 3 pode ser comprado em edições para PS4, PS5, Xbox One ou Series X com preços modestos. Há também edição para PC, na Steam, por menos de R$ 30. 

E um detalhe, hoje, ele roda numa máquina de entrada, sem grande sofrimento.

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