A Electronic Arts é um dos maiores publishers da indústria de jogos e é dona de franquias lucrativas como Battlefield, Sports FC e Madden NFL
(Foto: Creative Commons/Wikipedia)
A Electronic Arts, uma das maiores produtoras de videogames do mundo, anunciou um acordo de venda para um consórcio internacional de investidores no valor de US$ 55 bilhões, em dinheiro. A operação transformará a companhia, fundada em 1982 e dona de franquias como The Sims, Battlefield, Apex Legends e EA Sports FC, em uma empresa privada, encerrando sua presença na bolsa de valores norte-americana.
O consórcio responsável pela compra inclui o Public Investment Fund (PIF), fundo soberano da Arábia Saudita, a firma de private equity Silver Lake e a gestora Affinity Partners, criada por Jared Kushner. Pelo acordo, cada ação da EA será adquirida por US$ 210 em dinheiro, valor 25% superior ao que era negociado antes da confirmação do negócio. O conselho de administração da empresa aprovou a transação, que deve ser concluída até o primeiro trimestre fiscal de 2027.
A negociação representa uma das maiores aquisições já realizadas no setor de tecnologia e entretenimento digital. Além do valor financeiro, o acordo reposiciona a Electronic Arts em um cenário em que grandes grupos de investimento buscam participação no mercado de games, avaliado em centenas de bilhões de dólares e em crescimento constante com a expansão de serviços online, microtransações e assinaturas.
A mudança de status para companhia privada deve reduzir a pressão de resultados trimestrais e abrir espaço para investimentos de longo prazo em pesquisa, tecnologia e novos projetos. Em linhas gerais, significa uma possibilidade de liberdade de criação, assim como aposta em franquias que estavam esquecidas devido às metas de retorno para os antigos acionistas.
Ao mesmo tempo, a transação levanta questionamentos sobre governança e transparência. Outro ponto sensível é a participação do PIF, fundo ligado ao governo saudita. O investimento reflete a estratégia do país em diversificar sua economia, com forte aposta em entretenimento e tecnologia, mas também gera críticas relacionadas a questões políticas e de direitos humanos.
Para os consumidores, a expectativa é de continuidade das principais marcas da empresa. Séries como EA Sports FC (sucessora do FIFA), Madden NFL e The Sims representam pilares de receita recorrente e devem seguir como prioridade. Contudo, ainda não está claro se a nova gestão adotará mudanças no modelo de negócios ou na estrutura interna dos estúdios.