APAGA AÍ, VIU?

Ubisoft determina que consumidores deletem jogos fora de catálogo

Francesa atualizou sua licença de uso do usuário final e determina remoção do jogo pelos próprios usuários

Marcelo Jabulas
@mjabulas
10/07/2025 às 10:15.
Atualizado em 10/07/2025 às 10:16
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

No mercado de games há uma prática comum de tirar jogos de circulação depois de um tempo de mercado. No passado, ocorria após o console sair de linha. Depois, com as mídias digitais, muitos títulos deixam de ser oferecidos devido a encerramento de licenças de imagem, principalmente quando vinculam marcas terceiras, personagens ou pessoas reais. 

Assim, o consumidor não pode mais comprar o jogo novo e precisa buscar no varejo de usados ou na pirataria. Mas a Ubisoft quer ir além. Depois de bloquear o acesso a games, como títulos da série The Crew, a francesa agora quer que seus clientes apaguem jogos fora de catálogo.

A Ubisoft alterou seu Contrato de Licença de Usuário Final (EULA), que passou a exigir que jogadores deletem títulos que saíram de catálogo em suas lojas digitais, mesmo que tenham sido regularmente adquiridos anos atrás. Ou seja, se o amigo tem títulos em plataformas como Steam, PSN e similares terá que apagar o jogo que comprou.

A decisão começou a ser notada por usuários, que receberam notificações para remover jogos antigos de suas bibliotecas. Logo em seguida o assunto pegou fogo nas redes sociais e fóruns de discussão.

A decisão, no entanto, reacende o debate sobre a posse real de produtos digitais. Na prática, quem comprou o jogo não é o dono: detém apenas uma licença de uso, sujeita a políticas que podem mudar a qualquer momento. O mesmo é válido para músicas compradas em plataformas como iTunes, jogos na PSN ou Xbox Live. Caso o serviço seja descontinuado, o consumidor ficará a ver navios.

Críticos apontam que a medida impõe uma nova camada de insegurança para quem investe em mídias digitais, já que o acesso ao jogo passa a depender não só de servidores ativos, mas também da boa vontade da publisher em manter o título disponível. Numa experiência pessoal, tentamos reinstalar novamente The Godfather: The Videogame, da Electronic Arts. 

Usando o DVD original e o código de instalação impresso no encarte original, foi impossível concluir o processo. Isso porque o servidor tinha sido desativado. Em fóruns, a solução era unânime: fazer o “crack” do arquivo executável. No fim das contas, a pauta caiu. 

A Ubisoft defende-se alegando que a alteração no contrato deve-se a salvaguardas de licenças de terceiros. Ou seja, ela não quer ter que enfrentar algum tipo de ação judicial porque seus clientes ainda gostam de jogar seus jogos. E segue o baile.

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