Analía (Martina Juncadella) é uma garota que, aos 20 anos, decide fazer a tal viagem em busca de si mesma. Em uma fase da vida em que as amarras da adolescência têm de dar lugar a um universo de descobertas, muito mais vasto que a pequena cidade em que cresceu, a jovem Analía decide passar por uma mudança radical e mergulhar no universo islâmico. Muda de nome, de religião e de costumes. Passa a se chamar Habiba, a frequentar uma mesquita e a usar o hijab.
Habi, a Estrangeira, em cartaz, seria mais um road movie de rito de passagem, em que o protagonista embarca em uma viagem a uma terra estranha. Mas Analía/Habi faz sua jornada por um novo mundo sem nunca sair de seu país. Mais, não sai nem mesmo da capital Buenos Aires. Na verdade, Analía um dia tem de ir à capital e acaba entrando por acaso em um velório muçulmano. É tão bem recebida, fica tão maravilhada com uma cultura completamente diferente da sua, que decide fazer parte dela.
Como Habi, ela pode ver o mundo, e ser vista, de uma nova perspectiva, que vai muito além dos belos hijabs que usa. Mas como deixar para trás sua história e, ao mesmo tempo, construir uma nova? É este o fio condutor deste longa forte e, ao mesmo tempo, delicado.
"É um filme sobre uma garota em busca de sua identidade, que precisa se reinventar para seguir sua vida", conta a diretora, María Florencia Álvarez, que esteve em São Paulo, quando o filme foi exibido na Mostra de Cinema de São Paulo.
HABI, A ESTRANGEIRA - Direção: María Florencia Álvarez. Gênero: Drama (Argentina-Brasil/2013, 92 min.). Classificação: 10 anos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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