Gastos com torpedo, música e acesso à web disparam 54,5% no Brasil

Jornal O Norte
16/09/2010 às 09:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:38

Como avisou o mago da informática Bill Gates em 1995, em seu livro A Estrada do Futuro, quando disse que seria criado em algum momento um aparelho que serviria para quase tudo, desde pagar contas no banco, trocar mensagens a até falar com os amigos. A previsão está a caminho de virar realidade no Brasil, onde o gasto com torpedos, música e acesso à internet pelo celular (tudo menos serviço de voz) cresceu 54,5% no segundo trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2009. Com 185 milhões de celulares, o país apresenta uma densidade de 95,6 celulares por 100 habitantes e, até o fim do ano, deve ultrapassar a barreira de 100 celulares por 100 habitantes.

Em países altamente tecnológicos como o Japão, cerca de 50% da receita das operadoras de telefonia é relativa a serviços de transmissão de dados por celular. No Brasil, ainda falta um bom pedaço de estrada para chegar lá. A receita das operadoras com serviços de dados (menos a linha telefônica) representa 16,3% das receitas brutas de serviços, segundo números divulgados ontem pelo projeto Monitor Acision, das consultorias Acision e Teleco. No mapeamento das tendências de uso de serviços móveis no Brasil, a receita foi de R$ 2,8 bilhões no segundo trimestre, ante R$ 1,8 bilhão no mesmo período do ano passado.

A operadora que tem a maior receita com serviços extra-voz é a Vivo, com 21,6%; em seguida está a Tim, com 13%; e depois a Oi, com 11,6%. A Claro não divulgou a informação. Em Minas Gerais, as receitas com transmissão de dados, ringtones e banda larga 3G registraram aumento de 71,4% na Oi. Segundo a operadora, a alta foi verificada de abril a junho, em relação ao mesmo período de 2009. Na comparação com o primeiro trimestre, as vendas cresceram 18,6%, impulsionadas por promoções de pacotes de torpedos, veiculadas nos intervalos das transmissões dos jogos da Copa do Mundo. Na Tim, a receita líquida de serviços aumentou 6,4% no segundo trimestre, sobre igual período do ano passado, totalizando R$ 3,3 bilhões.

Da receita das operadoras com serviços extras, 45% correspondem a mensagens (torpedo, torpedo multimídia e instant message) e 44% a acesso a internet, segundo o estudo da Monitor Acision. Outros, como música e toque de celular, representam 11%. Do universo de entrevistados brasileiros, apenas 2% acessam a internet por meio de celular. E 3% são usuários de banda larga móvel (modem 3G ou celular como modem conectado ao laptop). As duas principais razões para não acessar a internet móvel são: não ver necessidade (61%) e custo alto do serviço (42%).

Desses 5% que entram na internet por meio do celular, 62% usam a web móvel para acessar e-mail ou navegar na internet e 37% para ver vídeos no Youtube ou entrar em redes de relacionamento, como Facebook e Twitter.

- O que mais faço no celular é ficar checando e-mails toda hora. Ainda não arranjei tempo para escrever no Twitter ou nos sites de relacionamento pessoal - afirma o empresário Munhoz.

Ele já comparou os custos dos serviços e considera mais barato enviar mensagens por meio de torpedo do que conversar pelo telefone.

- Sempre que possível, opto por enviar mensagens - completa ele, que está acompanhando os anúncios da chegada ao Brasil do I Phone 4, da Apple (aliás, a principal concorrente da Microsoft).

- O meu tem todas as funções, mas não grava filmes - desconversa. (Fonte: Portal Uai)

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