Gastronomia confirma vocação como atrativo do turismo de Minas

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
09/12/2014 às 08:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:18
 (RICARDO BASTOS/Hoje em Dia)

(RICARDO BASTOS/Hoje em Dia)

Terra famosa por sua culinária, cidades históricas e belas cachoeiras, Minas Gerais tem 137 mil estabelecimentos ligados ao setor de turismo. São quase 450 mil pessoas que trabalham em hotéis, agências de viagem, bares e restaurantes, comércio, empresas que oferecem transporte, promovem atividades culturais e desportivas e outros serviços de lazer.

Os dados fazem parte do estudo Perfil Turístico 2014, realizado pela área de estudos econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), sob encomenda do Núcleo de Turismo da entidade.

Quitutes como torresmo, tutu de feijão, costelinha, frango com quiabo, queijo e cachaça promovem uma farra gastronômica à mesa e engordam o segmento.

Segundo o levantamento, a alimentação é o setor que lidera o número de estabelecimentos no turismo mineiro. São 48.739 negócios, o equivalente a 35,4% do total. “O estudo comprovou que Minas é o Estado da gastronomia. Não há cidade mineira que não tenha pelo menos um bar ou uma lanchonete”, diz a turismóloga da Fecomércio-MG, Mariana Lima.

 

 

No quesito postos de trabalho, os serviços de alimentação também conquistaram o primeiro lugar no pódio, com 141.221 funcionários, o equivalente a 32% do contingente de empregados em atividades ligadas ao turismo.

Apesar de campeão em quantidade de empreendimentos e trabalhadores, o setor gastroetílico conta com um ingrediente indigesto: é nele onde foi detectada a menor remuneração, com salário médio de R$ 929,49.

O salário mignon tem relação com a baixa escolaridade dos trabalhadores. Através de cruzamentos de dados, o estudo revelou que 45,5% dos empregados do ramo de alimentação completaram o ensino médio. Apenas 19% terminaram o fundamental e somente 2,4% têm diploma universitário.

“Esse diagnóstico mostra quão importante é trabalhar a qualificação da mão de obra. O setor puxa o turismo, mas precisa se capacitar para se desenvolver melhor”, avalia Mariana.

Para ela, a profissão de chef de cozinha, antes um simples cozinheiro, é exemplo de valorização que deu certo.

Às voltas com pratos e panelas desde 1993, o chef Paulo Roberto Oliveira, hoje comandante do restaurante do hotel Normandy, no Centro de Belo Horizonte, voltou recentemente ao banco da escola. Vai concluir o MBA em Gestão Gastronômica e Hotelaria no Senac.

“É preciso força de vontade, já que não temos vida social. Também é essencial buscar especialização e ter visão de mercado. Tem que comer muito arroz com feijão”, receita, lamentando que, em Minas, a remuneração ainda esteja abaixo do eixo Rio-São Paulo.
 

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