GENTE & NEGÓCIOS

Após diagnóstico de morte aos 12 e esmagamento de pernas aos 44, ele hoje gerencia 6 mil empresas

Alexandre Assis ultrapassou barreiras pessoais e construiu uma trajetória de resiliência, superação e impacto positivo no cenário corporativo

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
24/02/2025 às 16:40.
Atualizado em 24/02/2025 às 17:00
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Fundador de uma empresa mineira especializada em fusões e aquisições, compliance e governança, Alexandre Assis dá lições de vida antes mesmo de começar qualquer consultoria ou apresentar caminhos para novos negócios a outros empresários. A facilidade com números é atestada nos 23 anos de mercado, mais de 6 mil empresas na carteira de clientes e suporte para gerenciar faturamento da ordem de R$ 12 bilhões. Mas cada dia mais a missão dele é mudar mentalidades, sobretudo quando o assunto é inclusão. 

Aos 12 anos, Assis foi diagnosticado com uma patologia rara e degenerativa, a AME, Atrofia Muscular Espinhal. A doença interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores - e pode levar à morte. Aos 44, teve as pernas esmagadas após o elevador da casa onde morava despencar. Desanimou? Nada disso! Atualmente, viaja e faz palestras dentro e fora do país falando sobre inclusão e mostrando como o tema é importante também para a imagem de uma organização.

“Vivo minha vida em muita gratidão”, ensina. “Disseram que eu só viveria até os 17 anos. Hoje, aos 51, meu trabalho é também chamar a atenção de outros empresários, mostrar que pensar em acessibilidade, por exemplo, não é desperdício de dinheiro e sim algo que agrega à marca”, diz Assis, cuja empresa, sediada no Estoril, em Belo Horizonte, emprega 60 pessoas.

Desafios pessoais viraram exemplos no meio corporativo

 “É uma missão pessoal, mesmo quando me pedem algo estritamente técnico eu uso meus exemplos e desafios para mudar as percepções e também credenciar projetos para investimentos voltados à inclusão”, emenda o empresário, que diz gastar, em média, 20% do dia pensando em como ir aonde precisa, a trabalho ou a lazer, por conta das inúmeras barreiras pelo caminho.

“Hotéis não têm a estrutura adequada, restaurantes oferecem banheiro adaptado, mas no segundo andar, vagas de estacionamento são usadas por quem não é cadeirante, corredores de avião não preveem espaço, rampas, quando há, terminam ou começam com degraus. Tudo isso requer muita logística”, lamenta.

“Aprendi a lidar com as situações. E utilizo os exemplos, as situações que enfrento, para levar o outro a analisar, repensar a estrutura oferecida. Mostro quando a falta de acessibilidade é uma vergonha para a marca”, diz o empresário, acrescentando que a missão costuma ser bem aceita pela clientela. "E assim vamos expandindo a cada ano", celebra.

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