CRIMES NA REDE

Alta de 67% em ciberataques coloca o Brasil como um dos principais alvos de hackers

São 2.754 tentativas de invasão de sistemas registradas a cada semana, aponta pesquisa; especialista diz que transformação digital que não passa pelo setor de TI facilita ação criminosa

Da redação
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 31/07/2024 às 07:30.
 (Avast/Divulgação)

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À medida que os hackers aprimoram as técnicas para invadir sistemas, os ciberataques crescem no Brasil. Pesquisa da Check Point Research - especializada em soluções de cibersegurança - aponta alta de 67% no segundo trimestre deste ano, totalizando 2.754 tentativas por semana.

O percentual de crescimento dos ataques cibernéticos é de 7%, na comparação com o mesmo período de 2023. Especialista diz que transformação digital que não passa pelo setor de TI em empresas e startups facilita a ação criminosa

"Atualmente, boa parte das companhias sabe que o mercado brasileiro está na mira dos hackers, mas ainda há pouca maturidade por parte delas em termos de segurança”, Erik Nakandakare, diretor da área de Transformação Digital da TIVIT, multinacional que acelera negócios por meio da tecnologia. “Além disso, há empresas correndo contra o tempo apenas para implementar o básico", acrescenta. 

A baixa preocupação das companhias em implementar mais controles de segurança nos sistemas chega a ser um paradoxo, mesmo à medida em que a necessidade de modernizar processos e implementar novas soluções – a chamada transformação digital – aumenta em quantidade exponencial, expondo dados dos negócios em diversos aplicativos e canais e contato com o cliente.

Segundo Thiago Tanaka, diretor da área de cibersegurança da TIVIT, muitas empresas têm expandido soluções para tornar as operações mais eficientes, aumentando pontos de comunicação e compartilhamento de dados, mas nem sempre essas demandas estão acompanhadas do cuidado de garantir a segurança delas.

"Um dos principais empecilhos atualmente nas empresas e startups vem da demanda de transformação digital. Elas vêm do próprio negócio, e muitas vezes, não passam pela área de TI. E quando passam, muitos destes times não têm profissionais totalmente habilitados para fazer as devidas validações e controles quanto à proteção de dados, acesso e outras ferramentas mínimas requeridas", pontua o especialista em cibersegurança.

Segundo uma estimativa do IDC Brasil (International Data Corporation, empresa de inteligência de mercado e serviços de consultoria), em 2023 o país aumentou os investimentos em segurança da informação em 12%, mas o percentual ainda é baixo – apenas cerca de 3,5% dos orçamentos de TI. "Muitas empresas ainda enxergam a segurança na TI como um custo operacional sem retorno claro, e não parte de seu plano de continuidade dos negócios", afirma Nakandakare.

A mudança nas empresas costuma acontecer somente após um ataque, que tornou-se um negócio para os criminosos. "Ainda é muito reativo. Todas as empresas que sofrem ataques multiplicam por várias vezes o seu orçamento para segurança no ano seguinte. É como fazer o seguro do carro só após ser roubado", pondera o especialista.

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