(Reprodução / Redes Sociais)
O mineiro Padre Zezinho anunciou nesta sexta-feira (14) que vai se ausentar das redes sociais até 31 de outubro. O motivo da saída seriam ofensas vindas de bolsonaristas contra ele, o Papa Francisco e bispos, além de calúnias, palavras de baixo calão e xingamentos. Segundo o padre, ele foi chamado de "comunista, traidor de Cristo e da Pátria".
A atitude acontece dois dias após registros de tumulto na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), na quarta-feira (12), quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) agrediram funcionários da TV Aparecida, vaiaram um sacerdote e tumultuaram a missa no santuário.
“Cansei de abrir espaço para católicos super politizados, irados e insatisfeitos com nossa Igreja. Estou me retirando até dia 31”, escreveu em uma postagem. “Não querem catequese, nem o Vaticano II, nem os documentos da CNBB , nem nenhuma orientação social e espiritual. Já escolheram ser catequizados por dois poderosos políticos brasileiros", disse.
"Meus 81 anos, meus 56 anos de padre, meus 102 livros, minha cultura religiosa, minhas mais de 2 mil canções nada dizem para eles. Insistem que não lhes sirvo mais como padre e pregador para eles. (...) A Bíblia nada lhes diz. Só conhecem as passagens políticas que ajudem o seu partido. Padre bom é o que vota como eles”, desabafou.
Nos comentários, alguns seguidores do líder religioso lamentaram os ataques e desejaram força e coragem para o sacerdote.
“Não se trata de votar em um lado ou outro, mas sim ter amor e respeito ao próximo e principalmente entender o que diz a palavra de Deus”, argumentou um seguidor. “Ninguém calará a voz de quem leva a paz e a esperança”, disse outro.
Ainda na postagem, Padre Zezinho alertou que os eleitores de Bolsonaro não aceitam “nenhuma pregação moderada que propõe diálogo político, social e ecumênico”, e que somente no dia posterior às eleições, 31 de outubro, voltará a conversar com os "católicos serenos" que "ainda querem catequese espiritual e social e comportamental".