Em Minas, já são 158 mil os casos prováveis da doença este ano

Mutirões para recolhimento de objetos que possam servir de criadouro para o mosquito são uma das frentes de combate à doença na capital (Rodrigo Clemente/ PBH)
Nada menos que 158 mil casos prováveis de dengue foram registrados em Minas neste ano. As mortes provocadas pelo mosquito Aedes aegypti, principal transmissor, chegam a 135 – mas 46 óbitos seguem em investigação. O alerta contra a doença aumenta ainda mais nesta época do ano, devido às altas temperaturas e previsão de chuvas cada vez mais intensas.
Historicamente, as notificações de dengue, zika e chikungunya aumentam entre novembro e maio, quando as condições climáticas são mais favoráveis à proliferação do vetor. Recipientes com água parada e clima quente se transformam em criadouros do Aedes, favorecendo o risco de transmissão.
“A gente age ao longo de todo o ano, mas agora é a oportunidade de voltarmos a chamar a atenção da população para evitarmos qualquer tipo de cenário, de crescimento do número de casos”, disse, na semana passada, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
No último sábado (8), a pasta fez uma mobilização nacional para conscientizar gestores públicos, profissionais da saúde e a população sobre a importância das medidas de prevenção, no Dia D de comba.
“Agora é hora de organizar a assistência à saúde, reforçar as ações de prevenção e orientação e identificar os pontos estratégicos a atacar nas cidades”, acrescentou o ministro.
De acordo com o ministério, em 2025, já foram registrados 1.611.826 casos prováveis de dengue e 1.688 mortes. Outro dado preocupa os técnicos do ministério: a alta do número de municípios brasileiros em estado de alerta para a dengue. Uma pesquisa realizada em agosto e setembro apontou que ao menos 30% das cidades já se encontravam nesta situação.
“O cenário exige atenção redobrada nos locais em alerta”, disse o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Fabiano Pimenta. Segundo ele, mais de 80% das larvas do Aedes aegypti encontradas por agentes de combate a endemias estavam em ambientes domiciliares.
São vasos de plantas, pratinhos, garrafas usadas, bebedouros, pneus, entulho, lixo, sucata, caixas d´água, cisternas, filtros, barris, calhas, ralos, vasos sanitários sem uso, tanques em obras, piscinas e fontes ornamentais.
A maior aposta no enfrentamento à doença é a vacina que está sendo desenvolvida no Brasil, pelo Instituto Butantan, e que será produzida, em parceria, por um fabricante chinês. De acordo com o ministro, a expectativa é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove o imunizante até o fim deste ano, para que as primeiras doses possam ser aplicadas já em 2026.
* Com informações da Agência Brasil
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