Empresas aéreas registraram 210 agressões físicas, ameaças e até ameaças de bomba e 979 viajantes problemáticos
(Imagem ilustrativa)
Nos primeiros sete meses deste ano o Brasil registrou alta de 55% no volume de casos graves em aeroportos ou a bordo de aeronaves envolvendo passageiros indisciplinados. Na lista de problemas estão agressões físicas e até ameaça de bomba.
Levantamento feito pela Abear, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas, de janeiro a julho foram registrados 210 casos da categoria 3 - os mais graves, contra 135 no mesmo período de 2024. Entre os comportamentos inadequados estão diversas ações que comprometem a segurança dos passageiros e da tripulação.
Intimidaçõesa outros passageiros ou à tripulação, tentativas de acesso à cabine de comando e fumar a bordo integram também a lista de ocorrências que costumam culminar em mudanças de rota, pousos de emergência e prisões dos envolvidos.
O levantamento também revela que o número total de passageiros indisciplinados até julho deste ano foi de 979, o que representa uma alta de 87% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 523 incidentes do tipo. No ano passado, o setor já havia registrado um crescimento de 22% de viajantes problemáticos em relação a 2023, com 1.059 ocorrências -média de quase três casos por dia.
“Acarretamo atrasos e cancelamentos de voos, além de colocar em risco a segurança de todos os passageiros e da tripulação”, disse o diretor de Segurança e Operações de Voo da Abear, Raul de Souza.
“É preciso interromper essa tendência com a aplicação de medidas como a no flight list, que impede que passageiros que cometeram ações mais graves voem por um determinado período. Essa medida já é adotada com sucesso nos Estados Unidos e Europa e só depende da publicação de uma normativa que regulamenta o assunto, que está na procuradoria da Anac”, defendeu.
No dia 1º de setembro, o ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), sofreu uma tentativa de agressão em um voo que saiu de São Luís (MA) com destino a Brasília (DF). A pessoa que tentou agredi-lo precisou ser contida e foi encaminhada para prestar depoimento na capital federal. Vai responder por injúria qualificada e incitação ao crime.
Em junho deste ano, dois passageiros se agrediram em Recife (PE) após saberem que os voos para Fernando de Noronha haviam sido cancelados. Um mês depois outro caso ganhou repercussão: a funcionária de uma companhia aérea foi agredida por um passageiro no Aeroporto Internacional de São Paulo (GRU) na noite de 27 de julho. Após perder a conexão por conta de atrasos causados por condições meteorológicas, ele deu um soco na funcionária, mesmo realocado em outro voo.
Outro caso relevante ocorreu em 7 de agosto, quando um avião teve de pousar em Brasília após uma ameaça falsa de bomba. Segundo a Polícia Federal, a aeronave havia partido de São Luís (MA) com destino a Campinas (SP). Por questões de segurança, foi feita uma varredura antibomba e descartada a presença de qualquer artefato explosivo.
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