Ciência

Cinzas da erupção do vulcão de Tonga chegaram a 58 km de altitude, na mesosfera, diz Nasa

João Paulo Martins
joao.oliveira@hojeemdia.com.br
18/02/2022 às 20:55.
Atualizado em 18/02/2022 às 20:59
Cinzas da erupção do vulcão em Tonga chegaram a alcançar a mesosfera, a 58 km de altitude (Joshua Stevens / Nasa Earth Observatory / Divulgação)

Cinzas da erupção do vulcão em Tonga chegaram a alcançar a mesosfera, a 58 km de altitude (Joshua Stevens / Nasa Earth Observatory / Divulgação)

A erupção do vulcão submarino perto da pequena e desabitada ilha de Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, em Tonga, no oceano Pacífico, em janeiro de 2022, atingiu a mesosfera, terceira e mais fria camada da atmosfera da Terra.

Segundo levantamento feito pelo projeto Observatório da Terra (Earth’s Observatory), da Nasa, cientistas analisaram dados do Satélite Ambiental Operacional Geoestacionário 17, dos EUA, e do satélite Himawari-8, da agência espacial japonesa Jaxa, e calcularam que as cinzas da erupção vulcânica, em 15 de janeiro, atingiram 58 km, alcançando a mesosfera.

Antes da erupção do vulcão de Tonga, o recorde de altitude medido por satélite era do Monte Pinatubo, nas Filipinas, que expeliu cinzas até 35 km acima da superfície terrestre, o que significa uma altura 1,5 vez menor que a de janeiro deste ano.

“A intensidade desse evento excede em muito a de qualquer nuvem de tempestade que já estudei. Temos a sorte de ter sido tão bem visto por nossa última geração de satélites geoestacionários e podemos usar esses dados de maneiras inovadoras para documentar sua evolução”, comenta Kristopher Bedka, cientista atmosférico da Nasa, citado no documento do Observatório da Terra.

Normalmente, cientistas calculam a altura da nuvem de gases expelidos pelos vulcões usando instrumentos infravermelhos para medir a temperatura e, em seguida, comparar com modelos que associam com altitude. No entanto, esse método se baseia na suposição de que as temperaturas diminuem em altitudes mais elevadas – o que é verdade na troposfera (camada mais baixa), mas não necessariamente na estratosfera e mesosfera.

Por isso foram usadas imagens dos satélites geoestacionários dos EUA e do Japão. “A partir dos dois ângulos dos satélites, conseguimos recriar uma imagem tridimensional das nuvens”, explica Konstantin Khlopenkov, cientista do Centro de Pesquisa Langley, da Nasa, também citado pelo Observatório da Terra.

Os dados revelaram ainda que a área ocupada pelas cinzas vulcânicas de Tonga chegou a 157 mil km², quase do tamanho do estado do Paraná.

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