Precariedade

Descanso de caminhoneiros nas rodovias será tema de debate no Senado

Comissão de Infraestrutura aprovou, nesta terça-feira (18), a realização de audiência pública

Agência Senado
18/03/2025 às 14:27.
Atualizado em 18/03/2025 às 15:11
Jornadas de trabalho com paradas em pontos de descanso para os motoristas, com pausas de 30 minutos a cada 6 horas de trabalho (Camargo/Agência Brasil)

Jornadas de trabalho com paradas em pontos de descanso para os motoristas, com pausas de 30 minutos a cada 6 horas de trabalho (Camargo/Agência Brasil)

A Comissão de Infraestrutura (CI) aprovou, nesta terça-feira (18), a realização de audiência pública para debater a viabilidade de alguns pontos da Lei 13.103, de 2015, conhecida como Lei dos Caminhoneiros.

A audiência atende ao pedido (REQ 11/2025 – CI) feito pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), que questiona a precariedade da infraestrutura de pontos de repouso e descanso nas rodovias do país.

O senador afirmou que a lei estabeleceu para os caminhoneiros, em nome da segurança, jornadas de trabalho com paradas em pontos de descanso para os motoristas, com pausas de 30 minutos a cada 6 horas de trabalho.

Contudo, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2023, definiu que os caminhoneiros devem cumprir, a cada 24 horas de trabalho, um descanso integral de 11 horas, o que é impraticável, na avaliação de Esperidião Amin.

“Os pontos de parada e descanso dos motoristas não foram construídos, há uma absoluta controvérsia entre o legal e o real. No meu estado, por exemplo, só existe um ponto de parada em rodovia federal, construído há menos de um ano. A decisão do Supremo é correta, bem como a aspiração dos profissionais pelo descanso, mas a realidade que temos é outra”, ponderou.

Presidente da CI, o senador Marcos Rogério (PL-RO) concordou com Esperidião Amin. Ele lembrou que a falta de pontos de descanso nas estradas brasileiras é um problema nacional e disse que já tem tratado do assunto com órgãos reguladores e de fiscalização, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

“Nas tratativas que fiz com a ANTT, do regulamento da Lei dos Caminhoneiros, o próprio órgão regulador coloca que, para se dar cumprimento à lei, era necessário que toda a infraestrutura fosse oferecida. O que ocorre hoje é que multas são aplicadas a esses motoristas, sem que a estrutura para o descanso e o repouso seja oferecida”, argumentou.

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