Economia

Empreendedorismo feminino: mês da mulher é marcado pela reivindicação de mais oportunidades

Da Redação
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Publicado em 13/03/2023 às 08:38.
Oito em cada dez mulheres concordam que as tarefas domésticas atrapalham mais as mulheres que os homens, quando buscam empreender (Freepik)

Oito em cada dez mulheres concordam que as tarefas domésticas atrapalham mais as mulheres que os homens, quando buscam empreender (Freepik)

Dentre os maiores desafios destacados pelas empreendedoras, estão o mercado hostil, menos oportunidades e disparidade de salário. Outro grande entrave para as empreendedoras é o acesso a capital: 59% delas creem ser mais fácil para os homens acessar crédito para um negócio. Os dados são de pesquisa do Instituto Rede Mulher Empreendedoras (IRME). 

No dia 2 de março, a Câmara dos Deputados aprovou o primeiro projeto de lei este ano que está relacionado ao Dia Internacional da Mulher. O PL 1.883/21 cria o Programa Crédito da Mulher, no âmbito das instituições financeiras oficiais federais e estipula percentuais de concessão de empréstimo em projetos existentes, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Segundo a relatora da proposta, a deputada Luisa Canziani (PSD-PR), o texto contribui para reduzir as desigualdades no Brasil. 

“Neste mês da mulher a gente aprova esse projeto que é um importante avanço na área do empreendedorismo feminino para capacitar, auxiliar as empreendedoras a expandirem seus negócios, estimular a inovação, o uso de novas tecnologias. É um projeto muito significativo, até porque ele prevê a destinação de percentual mínimo para empreendimento de mulheres negras e mulheres com deficiência”, aponta

A proposta do projeto pretende facilitar o acesso a crédito a microempresas e empresas de pequeno porte controladas por mulheres. O projeto de lei será agora analisado pelo Senado.

Empreendedorismo feminino no Brasil
O Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de empreendedorismo feminino, de acordo com dados do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME). 

A pesquisa “Mulheres empreendedoras e seus negócios”, realizada pelo instituto, mostra que, para a maior parte das brasileiras que empreendem, liderar o próprio negócio é a realização de um sonho e a chance de conquistar a independência financeira. 

Segundo o estudo, a pandemia foi a grande responsável por levar as mulheres ao empreendedorismo. Cerca de 38% dos negócios têm até 2 anos de existência, ou seja, foram iniciados durante a pandemia da Covid-19. O perfil das mulheres donas de negócios é em sua maioria composto por negras, mães e da classe C. O estudo também revela que a maioria das empreendedoras trabalha sozinha (57%), mas quando empregam, tendem a contratar mais mulheres.

Oito em cada dez mulheres afirmaram no estudo que muitas precisam empreender para conciliar o trabalho com os cuidados de casa e família, e 83% concordam que as tarefas domésticas atrapalham mais as mulheres que os homens, quando buscam empreender. Para 70% delas, equilibrar negócio e família é um desafio, e 57% se sentem sobrecarregadas.

Ariane Gonçalves abriu a sua primeira empresa aos 22 anos. Hoje, aos 30 e com cinco clínicas sob sua administração, a fonoaudióloga aponta que além do preconceito, o principal desafio da mulher empreendedora é a dupla jornada. 

“Ser mãe, esposa, filha, isso acaba gerando uma demanda muito grande que a gente tem que saber gerir e também a questão da autoconfiança. O empreendedorismo é muito masculino. Sempre tenha sua autoconfiança e saiba realmente o que quer e procure cursos. Eu comecei lá atrás fazendo meu primeiro curso de empreendedorismo, que foi o Empretec no Sebrae, depois disso eu fui me aperfeiçoando em várias outras áreas dentro da minha empresa, que hoje é  composta somente por mulheres”, ressalta. 

* Com informações da Agência Brasil 61

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