Candidozyma auris

Europa alerta para rápida propagação de fungo resistente em hospitais

Casos de Candidozyma auris na União Europeia e no Espaço Económico Europeu "deram um salto significativo" em 2023

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 11/09/2025 às 10:24.
 (CDC/Leanor Hailey/Reprodução)

(CDC/Leanor Hailey/Reprodução)

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) emitiu um alerta nesta quinta-feira (11) sobre a rápida disseminação do fungo Candidozyma auris em hospitais europeus. A agência pediu a implementação de medidas urgentes para frear a propagação do micro-organismo, que é resistente a medicamentos.

Conforme agências de notícias internacionais, um comunicado do ECDC, entre 2013 e 2023, aponta que foram registrados mais de 4 mil casos nos países da UE/EEE (que inclui a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega). O ano de 2023 se destacou, com um “salto significativo” de casos, chegando a 1.346 em 18 países. A agência ressalta a "importância da detecção precoce e do controle da transmissão para evitar a disseminação rápida e generalizada" do fungo.

Crescimento e desafios

Um inquérito de 2024 do ECDC aponta que "o número de casos está a aumentar, os surtos estão a crescer em escala e vários países dão conta de uma transmissão local contínua". O estudo também identificou "lacunas na vigilância e na preparação para o controlo de infeções".

O fungo C. auris se propaga principalmente em unidades de saúde e, por ser resistente a medicamentos antifúngicos, pode causar infecções graves em pacientes críticos. Seu controle é difícil devido à sua "capacidade de persistir em diferentes superfícies e equipamentos médicos e de se espalhar entre doentes", representando uma "séria ameaça para os doentes e para os sistemas de saúde", segundo o ECDC.

Situação nos países

Espanha, Grécia, Itália, Romênia e Alemanha foram os países com a maioria dos casos na última década. Surtos recentes foram registrados no Chipre, França e Alemanha, enquanto Grécia, Itália, Romênia e Espanha indicaram que a transmissão já está amplamente disseminada.

Apesar do aumento do número de casos, apenas 17 dos 36 países participantes possuem um sistema nacional de vigilância para o C. auris, e somente 15 desenvolveram orientações nacionais específicas para a prevenção e controle de infecções. O ECDC alerta que a falta de vigilância e notificação obrigatória pode significar que o número de casos seja ainda maior.

Entre 2013 e 2023, Portugal registrou apenas quatro casos do fungo, todos em 2023. Já a Espanha e a Grécia reportaram 1.807 e 852 casos, respectivamente, no mesmo período.

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