Influenza Aviária

Gripe aviária no Brasil: quais os riscos? Preciso parar de comer carne de frango e ovos?

Saiba também como ocorre a transmissão da doença

Do HOJ EM DIA*
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16/05/2025 às 14:52.
Atualizado em 16/05/2025 às 15:18

O Brasil registrou o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (16), e já começa a sofrer consequências, como a medida adotada pela China - maior cliente do Brasil na exportação de frango - que vai interromper a compra da carne por 60 dias. O caso também levanta a discussão sobre o temor dos consumidores brasileiros. Afinal, posso seguir comendo frango e ovos?

A Influenza Aviária (IA), popularmente conhecida como gripe aviária, é uma doença infecciosa que pode infectar aves e mamíferos, incluindo humanos. Os casos de pessoas doentes são raros e só ocorrem por contato direto com animais contaminados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus da influenza aviária não infecta humanos com facilidade e, quando ocorre, geralmente a transmissão de pessoa a pessoa não é sustentada.

As pessoas mais suscetíveis à doença são, geralmente, os profissionais da linha de frente, como tratadores, granjeiros ou veterinários. Por isso, o controle da doença em animais é uma medida essencial para reduzir os riscos. O órgão defende que é “fundamental que as vigilâncias animal e humana atuem em constante comunicação, trabalhando de forma coordenada e se fortalecendo mutuamente”.

Consumo da carne de frango

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. 

Manifestações clínicas

Podem ocorrer desde um quadro de infecção respiratória leve até a progressão rápida para desconforto respiratório, pneumonia grave e óbito. Os sintomas iniciais comuns são febre alta (maior ou igual a 38°C) e tosse seguida de desconforto respiratório. Dor de garganta ou coriza, são menos comuns.

Outros sintomas como diarreia, vômito, dor abdominal, sangramento do nariz ou gengivas, encefalite e dor no peito também foram relatados no curso clínico de alguns pacientes.

As complicações da infecção incluem pneumonia grave, insuficiência respiratória, falência de múltiplos órgãos, choque séptico e infecções bacterianas e fúngicas secundárias.

Transmissão da doença

As aves, quando infectadas, podem disseminar vírus através da saliva, secreções de mucosas e fezes. A infecção se dá tanto pelo contato direto (respirar o vírus contido em gotículas ou partículas transportadas pelo ar) ou pelo contato com superfícies contaminadas por ave infectada e depois tocando seus próprios olhos, boca ou nariz.

Transmissão de pessoa para pessoa: a propagação do vírus H5N1 entre humanos, pelo contato próximo prolongado e desprotegido, tem sido relatada muito raramente, sendo limitada, ineficiente e não sustentada.

Como é o tratamento da doença

Em casos suspeitos, prováveis ou confirmados, é indicada a prescrição do medicamento antiviral, fosfato de oseltamivir, o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. O tratamento oportuno com antiviral pode reduzir a duração dos sintomas e, principalmente, agravamento da doença. 

O tratamento é recomendado por um período mínimo de cinco dias, mas pode ser prolongado até que haja melhora clínica; o tratamento deve ser recomendado independentemente da situação vacinal, mesmo em atendimento ambulatorial. 

Prevenção e controle

Considerando que a forma de transmissão primária da IA para humanos se dá pelo contato direto ou indireto com aves infectadas (doentes ou mortas), as principais medidas de prevenção ao contágio dizem respeito à restrição desse contato. 

Dada a extensão e frequência observadas de casos de influenza aviária em aves silvestres, o público em geral deve evitar estritamente o contato com aves doentes ou mortas e deve relatar às autoridades locais de meio ambiente, saúde ou agricultura. 

* Com informações dos ministérios da Sáude e da Agricultura e Pecuária

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