Durante a operação, a polícia apreendeu seu carro, uma BMW X6, e várias joias
Poze do Rodo foi preso na manhã desta quinta-feira (TV Globo/Reprodução)
O cantor Marlon Brandon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, foi preso na madrugada desta quinta-feira (29) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O funkeiro é investigado por apologia ao crime e por envolvimento com o tráfico de drogas.
A prisão temporária foi cumprida na residência do cantor, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Poze não quis comentar a prisão ao deixar sua casa nem ao chegar à Cidade da Polícia.
MC Poze do Rodo ganhou destaque no cenário do funk carioca no final da década de 2010. De acordo com as investigações da DRE, os shows do artista são realizados exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV), com a presença ostensiva de traficantes armados. Essa estrutura, segundo a polícia, visa garantir a "segurança" do artista e do evento.
A DRE aponta que o repertório das músicas de Poze "faz clara apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas de fogo", além de "incitar confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes". A delegacia afirma ainda que os eventos são estrategicamente utilizados pela facção para "aumentar seus lucros com a venda de entorpecentes", revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armas e outros equipamentos criminosos.
"A Polícia Civil reforça que as letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos dos eventos criminosos", declarou a instituição.
O advogado de Poze, Fernando Henrique Cardoso Neves, defendeu que a acusação se trata de "uma narrativa antiga". "Queremos entender o motivo dessa nova prisão. Essa é uma narrativa já antiga. Se ele não for liberado, vamos entrar com um habeas corpus”, afirmou o defensor para a imprensa na delegacia.
Em novembro do ano passado, Poze e sua esposa, Viviane Noronha, foram alvo da Operação Rifa Limpa, que investigava sorteios ilegais divulgados em redes sociais. Na ocasião, carros de luxo e joias do funkeiro foram apreendidos. A ação investigava um esquema que simulava seguir regras da Loteria Federal, mas que utilizava um aplicativo com fortes indícios de manipulação.
No entanto, no mês passado, a Justiça determinou a devolução dos bens apreendidos. O juiz Thales Nogueira, da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa, justificou a decisão por não ver comprovação da relação dos itens com os delitos investigados. Após a decisão favorável, Poze postou nas redes sociais: “Eu só quero o que é meu, e o que Deus generosamente me dá”.
As investigações seguem em andamento para aprofundar as apurações e identificar possíveis novos elementos no caso.