OMS e Unicef

Metade das unidades de saúde do mundo sofrem com falta de serviços básicos de higiene

Da Redação*
31/08/2022 às 08:44.
Atualizado em 31/08/2022 às 08:44
 (Tânia Regô/ Agência Brasil)

(Tânia Regô/ Agência Brasil)

Um novo relatório divulgado nesta terça-feira (30) pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) informa que faltam serviços básicos de higiene, como água e sabão ou álcool gel, em metade das unidades de saúde, em todo o mundo.

De acordo com o levantamento, cerca de 3,85 bilhões de pessoas correm um risco maior de infecção, incluindo 688 milhões que recebem atendimento em instalações sem nenhum serviço de higiene.

O relatório traça, pela primeira vez, um panorama de base mais global sobre serviços de higiene. São dados de 40 países, que representam 35% da população mundial. A avaliação foi feita em pontos de atendimento e banheiros desses estabelecimentos.

Uma em cada 11 unidades de saúde não possuem nenhum banheiro, nem instalações para lavagem de mãos. Apenas 51% tinham ambos e atendiam aos critérios para serviços básicos de higiene.

Embora houvesse instalações de higiene em 68% dos pontos de atendimento dos estabelecimentos de saúde, em 3% não havia água e sabão nos banheiros.

Diferentes regiões e grupos de renda

Globalmente, cerca de 3% dos estabelecimentos de saúde nas áreas urbanas e 11% nas áreas rurais não tinham serviço de água. Nos países menos desenvolvidos, apenas 53% dos estabelecimentos de saúde têm acesso local a uma fonte de água protegida, em comparação ao número global que é de 78%.

Dos países com dados disponíveis, uma em cada 10 unidades de saúde em todo o mundo não tinha serviço de saneamento. Nas nações menos desenvolvidas, apenas uma em cada cinco tinha serviços de saneamento básico em unidades de saúde. 

Os dados revelam ainda que muitas unidades de saúde carecem de limpeza ambiental básica e segregação segura e descarte de resíduos de saúde.

A diretora do Departamento de Clima, Meio Ambiente, Energia e Redução de Risco de Desastres do Unicef, Kelly Ann Naylor, alerta que hospitais e clínicas sem água potável e serviços básicos de higiene e saneamento “são uma potencial armadilha mortal” para mães grávidas, recém-nascidos e crianças. Todos os anos, cerca de 670 mil bebês perdem a vida dias para a sepse poucos dias depois do nascimento.

Segundo a diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS, Maria Neira, a higiene nas instalações de saúde não pode ser garantida sem aumentar os investimentos em medidas básicas, que incluem água potável, banheiros limpos e resíduos de saúde gerenciados com segurança.

Para ela, a melhoria desses serviços é essencial para recuperação, prevenção e preparação de pandemias. A representante pede aos Estados-membros que intensifiquem seus esforços para implementar seu compromisso da Assembleia Mundial da Saúde de 2019, fortalecendo serviços de água, saneamento e higiene em unidades de saúde.

O relatório está sendo lançado na Semana Mundial da Água, em Estocolmo, na Suécia. A conferência anual, que acontece de 23 de agosto a 1º de setembro, explora novas maneiras de enfrentar os maiores desafios da humanidade, da segurança alimentar e saúde à agricultura, tecnologia, biodiversidade e clima.

(*) Com informações da ONU News

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