Senador também criticou o Ministério da Justiça por adotar políticas de desencarceramento, que em sua avaliação, 'compromete a segurança pública'
Moro cobrou medidas de endurecimento penal e culpou governo (Waldemir Barreto/Agência Senado)
O senador Sergio Moro (União-PR), em pronunciamento no Plenário na terça-feira (12), alertou para o aumento da atuação do crime organizado no Brasil. Ele citou como exemplo o assassinato de Vinicius Gritzbach, informante do Ministério Público de São Paulo junto ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu na última sexta-feira (8), em frente ao aeroporto de Guarulhos (SP).
Além de informar sobre o PCC, Gritzbach havia delatado policiais civis do estado por corrupção. Para Moro, o episódio reflete o fortalecimento de grupos criminosos e impõe a necessidade de políticas de segurança pública mais eficientes por parte do governo federal.
— O que nós precisávamos aqui era de um novo pacote anticrime, de projetos do governo federal que endurecessem a legislação penal e a legislação processual penal contra a criminalidade. Do contrário, vamos ver um avanço cada vez maior dessas organizações. Em vez disso, o governo federal nos brindou, infelizmente, com a proposta de uma PEC da segurança que, no fundo, não resolve nenhum problema — disse.
O senador também criticou o Ministério da Justiça por adotar políticas de desencarceramento, ação que, em sua avaliação, “compromete a segurança pública”. Para Moro, existe "resistência" do governo a medidas para o endurecimento da legislação contra o crim. Ele mencionou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à proibição da saída temporária de presos em feriados (dispositivo do PL 2.253/2022).
— Essa escalada é um sinal da ausência de uma política de segurança pública robusta e real pelo atual governo federal. O governo Lula tem um problema de essência, que é a crença, em última análise, de que o criminoso é uma vítima da sociedade, e não o contrário — enfatizou.
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