Colisão matou motorista de aplicativo e deixou um estudante de medicina ferido
No momento do acidente não foi possível fazer o teste de bafômetro, porque a mãe do motorista tirou o filho do lá, com autorização da Polícia Militar, alegando que ia levá-lo ao hospital (Reprodução / redes sociais)
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) entrou com recurso no qual volta a pedir a prisão do empresário que conduzia o carro de luxo Porsche, que provocou um grave acidente em São Paulo, no mês passado.
A colisão provocou a morte de um motorista de aplicativo, que trafegava pelo local, e ferimentos em um estudante de medicina que estava no banco do passageiro do Porsche.
A promotora de Justiça Monique Ratton ajuizou, nesta quinta-feira (2), medida cautelar inominada pedindo que a Justiça acate recurso apresentado contra a decisão que indeferiu a prisão preventiva do motorista do Porsche. Para ela, além de o caso preencher os requisitos autorizadores da prisão preventiva, "existe por parte do acusado ato de influência no depoimento de testemunha, constatado após a disponibilização das gravações das imagens policiais".
Segundo o MPSP, a citação se refere à namorada do motorista, que deu depoimento com informações idênticas àquelas apresentadas pela mãe do acusado.
“O recurso frisa ainda que o homem figura em outros dois boletins de ocorrência envolvendo acidentes automobilísticos. Em um desses registros consta a informação de que ele atingiu dois motociclistas com seu veículo”, disse o MPSP.
A promotora denunciou o empresário no dia 29 de abril por homicídio doloso qualificado (pena de 12 a 30 anos de reclusão) e lesão corporal gravíssima (que pode elevar a pena total em um sexto), ambos na modalidade dolo eventual.
Fuga e inquérito
O inquérito policial havia sido concluído uma semana antes, solicitando a prisão preventiva do empresário. A mãe dele também foi indiciada por fuga do local do acidente. Na denúncia encaminhada hoje à Justiça, a promotora Monique Ratton se manifestou a favor da decretação da prisão preventiva para evitar que o denunciado influencie as testemunhas.
O acidente ocorreu no dia 31 de março, na Avenida Salim Farah Maluf, na zona leste de São Paulo. Segundo as investigações, o carro estava em alta velocidade antes de bater em um Renault Sandero. As investigações apontaram também que, minutos antes, o empresário estava com o estudante de medicina e as namoradas dos dois rapazes em um restaurante e uma casa de jogos onde teriam consumido bebida alcoólica.
No momento do acidente não foi possível fazer o teste de bafômetro, porque a mãe do motorista do Porsche foi ao local do acidente e tirou o filho do lá, com autorização da Polícia Militar que já estava presente, alegando que ia levá-lo ao hospital. Segundo o Ministério Público, o empresário só se apresentou à autoridade policial 36 horas depois da colisão.
Para a promotora do caso, o motorista do Porsche assumiu o risco pelo acidente ao ter dirigido sob influência de bebida e em uma velocidade superior a 150 km/h.