Assembleia Legislativa

Possível aumento de tarifas e falta de garantia para expansão do metrô de BH preocupam deputados

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
21/03/2023 às 20:03.
Atualizado em 21/03/2023 às 20:16
ALMG organiza audiência para debater privatização do metrô BH. (Daniel Protzner / ALMG)

ALMG organiza audiência para debater privatização do metrô BH. (Daniel Protzner / ALMG)

Em audiência realizada nesta terça-feira (21) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputados estaduais manifestaram preocupações com possível aumento de tarifas e com a falta de garantias da expansão da linha do metrô de BH após a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CTBU), ocorrida em dezembro do ano passado.

Na audiência, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) lembrou que o modelo de privatização garante lucro à empresa vencedora por 30 anos, período do contrato de concessão, às custas dos cofres públicos. Ela também reclamou que a privatização não impede o aumento sem justificativa da tarifa do transporte, o que pode ocorrer após 12 meses do início das operações da concessionária.

"Já realizamos diversas audiências sobre o assunto aqui na ALMG e, até hoje, nenhum parlamentar da base do governo veio às nossas reuniões garantir que não vai ter aumento de tarifa", afirmou a parlamentar.

Expansão
O engenheiro da CBTU Afonso Carneiro Filho, chamado para apresentar questões técnicas do contrato de concessão, questionou tanto a sustentabilidade quanto a viabilidade dos planos de expansão da linha 1 do metrô de BH, que embasaram a privatização. Ele cita como exemplo a instalação de uma nova estação no bairro Novo Eldorado, em Contagem, na região Metropolitana.

Segundo o engenheiro, a Prefeitura de Contagem defende que a estação seja instalada no bairro Bernardo Monteiro, um pouco mais distante. "Não fizeram antes sequer uma pesquisa de origem e destino, por causa da pandemia. Somente ajustaram uma pesquisa de 2012", destacou Afonto.

Ele lembrou que, no Novo Eldorado, a estação serviria para dividir a demanda do Eldorado e, assim, não ajudaria a cumprir a meta de acréscimo de 10 milhões de usuários nos próximos anos.

Empregados
Os deputados da ALMG também ouviram representantes dos servidores da CBTU. Depois de 33 dias de greve, os metroviários retornaram ao serviço nessa segunda-feira (20), apesar de ainda não existir uma definição sobre o futuro dos 1,6 mil funcionários após a assinatura do contrato de privatização.

"Queremos ser recebidos pelo Lula porque só o presidente da República pode resolver isso. Nossa luta vai continuar. Se não formos ouvidos, o caminho vai ser parar de novo”, afirmou Alda Lúcia Fernandes dos Santos, presidente do Sindimetro-BH, sindicato que representa a categoria.

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