Revista expõe como rede de influências permitiu a instituição acobertar supostas irregularidades

Revista mensal, a piauí - nome estilizado em letras minúsculas - completa 19 anos em 2025. Nessas quase duas décadas de história, o veículo de comunicação se destacou no combate à desinformação por meio do jornalismo investigativo. A publicação fundada pelo cineasta João Moreira Salles não tem dono nem acionista majoritário e está hospedada no site da Folha de S.Paulo.

Tendo como mote o "compromisso com os leitores", a revista destaca levar à população reportagens elaboradas, “apuradas com tempo largo e escritas com zelo”. Dentre as inúmeras matérias de grande repercussão estão os bastidores do Fórum Jurídico de Lisboa, popularmente apelidado de “Gilmarpalooza”. O evento é organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Na edição de março de 2024, a revista publicou uma reportagem intitulada “Um poder político extraordinário”, assinada por Allan de Abreu, que revelou como a FGV teria conseguido interromper investigações de corrupção envolvendo seus diretores, incluindo a utilização de recursos públicos para custear eventos e a participação de autoridades em atividades potencialmente conflitantes, e travar apurações internas sobre irregularidades financeiras. A situação se agravou ao ponto de os próprios investigadores passarem a ser alvo de investigações, evidenciando um uso indevido de poder para silenciar denúncias e manter práticas questionáveis longe do escrutínio público.

A investigação jornalística da piauí expôs a suposta rede de influências e a falta de transparência dentro da instituição, levantando questões sobre a integridade de suas operações e a necessidade de maior fiscalização por parte das autoridades competentes.

A publicação de matérias como essa pela revista piauí destaca a importância do jornalismo investigativo na promoção da transparência e na responsabilização de instituições poderosas. Ao trazer à tona casos de corrupção e abuso de poder, a revista desempenha um papel crucial no fortalecimento da democracia e na defesa do interesse público.