Safra de grãos deve bater recorde da série histórica do IBGE em 2023
(Marcelo Prates)
A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve alcançar a marca de 293,6 milhões de toneladas em 2023 - uma projeção recorde da série histórica, iniciada em 1975.
Os dados são do segundo prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A previsão é 1,9% maior do que a feita no primeiro prognóstico, divulgado no mês passado pelo instituto. Na comparação com 2022, cuja safra deve ficar em 262,7 milhões de toneladas, segundo a previsão de novembro, o aumento projetado é de 11,8%.
O gerente da pesquisa Carlos Barradas explica que o aumento de 5,5 milhões de toneladas em relação ao primeiro prognóstico se deve à entrada de informações de campo.
“Em 2022, a safra da soja foi drasticamente reduzida devido à falta de chuvas, sobretudo na Região Sul. Para a safra 2023, até o momento, as condições climáticas estão favoráveis ao desenvolvimento das lavouras, o que deve permitir uma recuperação na produção. A safra de 2023 deve ser um novo recorde da série histórica do IBGE.”
De acordo com Barradas, deve haver uma supersafra de soja em 2023, com 146,4 milhões de toneladas, 22,5% a mais do que o registrado este ano. Para o milho, o aumento deve ser de 5,1%, chegando a 115,8 milhões de toneladas no próximo ano.
Safra 2022
A nova previsão do IBGE é que a safra deste ano chegue a 262,7 milhões de toneladas, um aumento de 3,7% em relação aos 253,2 milhões de toneladas de 2021.
A área a ser colhida cresceu 6,8% frente ao ano passado, com 73,2 milhões de hectares. Os principais produtos são o arroz, o milho e a soja, que somam 91,5% da estimativa da produção e 87% da área a ser colhida.
Por região, houve aumento na estimativa nas seguintes regiões:
- Centro-Oeste (12,2%);
- Norte (10,3%);
- Sudeste (13,3%)
- e Nordeste (10,3%).
Já no Sul, a produção de 2022 de cereais, leguminosas e oleaginosas deve cair 15,2%.
O Mato Grosso é o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,7% da safra brasileira, seguido pelo Paraná (12,7%), Goiás (10,4%), Rio Grande do Sul (9,8%), Mato Grosso do Sul (8,4%) e Minas Gerais (6,5%).
Somados, estes estados representaram 78,5% da produção nacional.
Na comparação anual, a estimativa do IBGE indica aumento de:
- 10,2% na área do milho;
- 17,9% na do algodão herbáceo (em caroço);
- 4,8% na da soja;
- 11,8% na do trigo
- e queda de 3,2% na área do arroz.
Em produção, as altas são de 15,2% para o algodão herbáceo (em caroço), 22,3% para o trigo e 25,5% para o milho. A soja teve queda de 11,4% e o arroz em casca de 8,2%.
Em relação à previsão de outubro, a estimativa é de aumento na produção da batata-inglesa segunda safra (4,3% ou 53.076 toneladas), da cana-de-açúcar (4,1% ou 24.568.533 t), feijão segunda safra (2,8% ou 37.207 t), sorgo (2,0% ou 57.045 t), tomate (1,1% ou 43.078 t), feijão terceira safra (0,2% ou 1.222 t), milho primeira safra (0,2% ou 40.443 t) e soja (0,1% ou 78.405 t).
A previsão é de queda da cevada (-6,7% ou -35.834 t), na batata-inglesa terceira safra (-1,5% ou -16.400 t) e primeira safra (-0,3% ou -4.892 t), feijão primeira safra (-0,7% ou -7.760 t), milho segunda safra (-0,3% ou -258.965 t), e), trigo (-0,2% ou -22.781 t) e da aveia (-0,0% ou -280 t).
(*) Com Agência Brasil
Leia mais