Cenário preocupa médicos e autoridades, que têm feito apelos frequentes às famílias para levar os filhos aos postos de saúde

Fato de que muitos pais – vacinados na infância – não conviveram com doenças já erradicadas ajuda a explicar a atual baixa cobertura vacinal das crianças (Rodrigo Clemente/ PBH)
Mesmo com avanços após a pandemia da Covid, a vacinação de crianças segue abaixo da meta preconizada em Belo Horizonte. Só três das 19 doses – única e de reforço – gratuitas disponibilizadas ao público de até 1 ano atingiu a cobertura esperada em 2025. No ano passado e também em 2023, a situação foi praticamente a mesma. O cenário preocupa médicos e autoridades, que têm feito apelos frequentes às famílias para levar os filhos aos postos de saúde.
Na capital, o índice de 95% preconizado pelo Ministério da Saúde só foi alcançado na BCG (contra tuberculose) e nas primeiras doses da meningocócica (meningite) e tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola).
Já as piores coberturas são de Covid-19, gripe e as enfermidades barradas pela pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas por uma bactéria). No entanto, a preocupação vale para todas as doenças.
Quem faz o alerta é a assessora da Diretoria de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da PBH, Jandira Lemos. “Todas as vacinas têm sua importância. Nós temos vacinas e elas são de excelente qualidade para proteger toda a nossa população contra doenças que podem ser terríveis”, afirma a especialista.
Dentre os motivos para as baixas coberturas estão a disseminação de fake news e o fato de que muitos pais – vacinados na infância – não conviveram com doenças já erradicadas. “Muitos não tem visto doenças como poliomelite e sarampo”, reforça Jandira.
Dentre as incontáveis ações na tentativa de sensibilizar os pais, a técnica da Secretaria Municipal de Saúde cita a recente campanha de multivacinação, voltada para crianças e adolescentes com até 15 anos. Durante cerca de um mês, 90 mil doses que fazem parte do calendário de rotina do SUS foram aplicadas em BH.
“Tivemos uma boa procura pelo imunizante que protege contra a varicela, com cerca de 9 mil doses aplicadas, e contra a meningite e a pólio, com cerca de 8 mil doses aplicadas de cada”, informou a subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde da capital, Thaysa Drummond.
Na capital, as ações de sensibilização seguem ao longo do ano, inclusive com aplicações nas escolas da rede municipal. Além disso, a maioria dos imunizantes pode ser encontrada nos 153 centros de saúde – doses contra a Covid-19 e BCG são ofertadas em locais de referência. Veja a relação completa neste link.
Para a imunização, é fundamental que pais, mães ou responsáveis legais estejam acompanhando os menores e apresentem a caderneta de vacinação para conferência. Também é preciso apresentar um documento de identificação com foto e CPF.
* Com informações de Ana Luisa Ribeiro
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